Muitas ruas norte-americanas estão a ficar vazias em termos de oferta de retalho. São muitas as lojas a encerrar e aquelas que se mantêm abertas exibem também a informação de que estão para alugar ou trespasse.
“Não é Trump. Não é a economia. Algo mais se está a passar. As pessoas não estão a comprar”, diz um consumidor norte-americano citado pelo The Guardian.
Recentemente, a Credit Suisse reviu em baixa as suas estimativas para o sector do retalho norte-americano, pessimismo que é acompanhado por outros analistas.
Em março, Richard Hayne, director executivo da Urban Outfitters, encontrou um paralelismo entre a situação porque está a passar o sector do retalho em 2017 com o que atravessou o sector imobiliário em 2008. A expansão sobredimensionada na década de 1990 e início de 2000 levou a que os Estados Unidos da América tivessem um espaço de retalho per capita seis vezes maior que europeu e o japonês. “O mercado norte-americano está saturado de lojas e muito desse espaço é ocupado por pontos de venda de moda”, analisa, ao antecipar que a situação possa vir até a piorar no futuro.
A Urban Outfitters tem cerca de 200 pontos de venda e, apesar das suas vendas estarem em queda, planeia, mesmo assim, abrir 15 novos espaços este ano. São bastante menos que em anos recentes, mas mesmo assim comparam com os encerramentos massivos que se observam na concorrência. Nos últimos meses, a Macy’s anunciou o fecho de 63 lojas, a Sears de 150, a Guess de 60 e a JCPenney de 140, apenas para nomear alguns. Os custos, em termos do mercado de trabalho são avultados. Só a Macy’s planeia despedir 10 mil pessoas.