Um quarto dos produtos eletrónicos abrangidos pelas reduções de preços na Black Friday, na verdade, não tinha qualquer desconto, segundo a DECO.

“Na maioria dos produtos, compensa comprar, mas há muitas situações em que os consumidores devem estar alerta para não ser levados pela publicidade que apresenta descontos até 50%”, conclui Tito Rodrigues, jurista da DECO. “Foram muito poucos os produtos que realmente tiveram descontos de 50%”, acrescenta o jurista, quando questionado pela Exame Informática. Os descontos médios praticados oscilaram entre 15% e 25%.

Tito Rodrigues esclarece que os descontos diferidos, as reduções que apenas são realizadas em caixa (mas que não são apresentadas online) e os produtos que não eram abrangidos pela campanha não foram contabilizados para a estimativa que aponta para um quarto dos produtos não ter realmente beneficiado de descontos. Os números têm por base as pesquisas levadas a cabo através de um comparador online que a DECO disponibilizou para avaliar se os descontos oferecidos no âmbito do Black Friday eram mesmo um bom negócio. Em três dias, essa ferramenta recebeu 90 mil visitas que pesquisaram os preços de mais de 125 mil produtos. Fnac, Rádio Popular e Worten foram responsáveis por 82% das pesquisas.

Durante o período de Black Friday, foram reportados à DECO casos de manipulação de preços, que a associação vai analisar e encaminhar, caso se justifique, para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).