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Défice de competências na Europa piorou 14% nos últimos 5 anos
2016-09-22

De acordo com o novo relatório da Hays, a escassez de competências no mercado de trabalho europeu piorou pelo quinto ano consecutivo e está a ameaçar o crescimento dos negócios, bem como a colocar em risco a produtividade.

Portugal está agora entre os quatro países com maior desequilíbrio entre as competências que os empregadores procuram e as que os profissionais disponíveis podem oferecer.

Estas são algumas das conclusões da quinta edição do Hays Global Skills Index 2016, um relatório publicado pela Hays em colaboração com a Oxford Economics. O relatório é baseado numa análise do mercado de trabalho de 33 economias globais.

Apesar das consequências iminentes do Brexit no Reino Unido, a incerteza em torno da eleição nos Estados Unidos da América e a desaceleração nos mercados emergentes, a economia global está em recuperação e tem havido um crescimento na procura de mão de obra qualificada. No entanto, isto gerou um aumento na dificuldade que os empregadores sentem em identificar talento qualificado.

Não obstante a elevada tensão que o desajuste de competências está a gerar no mercado de português, a classificação global de Portugal neste relatório melhorou ligeiramente em relação ao ano anterior, situando-se agora nos 5.7. Paula Baptista, numa análise aos resultados de Portugal no Global Skills Index 2016, refere que, “apesar da subjacente ambiguidade na evolução da economia portuguesa, o mercado laboral não parece estar a refletir essa incerteza mais do que antes e as taxas de desemprego continuam a diminuir, ainda que de forma modesta. No geral, o mercado laboral recuperou algum dinamismo e, apesar de não ser suficiente para resolver alguns problemas estruturais, como o desemprego de longa duração ou o desajuste de talento, existe agora um esforço visível para os discutir e para que haja uma comunicação mais produtiva entre o sistema de ensino e os empregadores. Por outro lado, a falta de talento em sectores altamente qualificados, como tecnologias de informação, mantém as pressões salariais elevadas.”

O relatório também revela ainda que, à medida que a escassez de competências aumenta na Europa, a pressão começa a estender-se também ao mercado laboral de países como a Ásia, China e Índia. Do outro lado do mundo, os EUA têm de lidar com níveis de desajuste de talento muito elevados, enquanto na América Central e do Sul aumenta o desemprego e as vagas disponíveis.

Adicionalmente, alguns governos estão a conseguir ter um impacto positivo através da implementação de políticas que ajudem a potenciar o mercado laboral. O governo japonês, por exemplo, introduziu novas políticas destinadas a impulsionar o número de colaboradoras do sexo feminino e de imigrantes qualificados, enquanto algumas reformas estruturais na Bélgica estão a ajudar a melhorar o mercado de trabalho de um modo geral.

No entanto, podemos estar perante uma mudança no atual panorama de escassez de competências. O rápido aumento da robótica e automação poderá ajudar a aliviar a escassez de competências global, permitindo aos profissionais dedicar-se a mão de obra mais qualificada.

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L.Branca/PAE

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