O mercado portuário iniciou 2016 com o valor mais elevado de sempre, face aos meses homólogos, registando um movimento de 7,3 milhões de toneladas só no mês de janeiro. Um crescimento de 8,2%, face ao período homólogo do ano transato, que, segundo a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), é explicado pela manutenção da dinâmica de crescimento que se tem vindo a assistir.
Este comportamento global reflete o que se observou na maioria dos portos, com especial destaque para Sines e Aveiro que registaram os valores mais elevados neste primeiro mês do ano, com variações de 7,6% e 20%, respetivamente, face a janeiro de 2015. Em contrapartida, Figueira da Foz e Faro foram os portos que registaram valores inferiores, com um decréscimo de 15,1% e 56,4%, respetivamente.
Em termos de volume global de carga movimentada, Sines mantém a posição cimeira com 51,4%, com um ligeiro decréscimo de 0,3% face a 2015. O porto de Leixões representa 19,9%, um aumento de 0,9%, seguindo-se Lisboa com 11,2% (evoluído de 11% em 2015) e Setúbal com 9%, com um decréscimo de 0,7% face ao período homólogo.
No mercado de contentores, janeiro de 2016 apresentou um recuo de 2,4%, relativamente ao observado no período homólogo de 2015, o que é explicado pelo crescimento acumulado de 48,5% que se tem vindo a verificar nos meses homólogos desde 2011. No entanto, Leixões e Setúbal registaram um valor superior ao de janeiro de 2015, com aumentos de 13,4% e 24,9%, respetivamente, atingindo os valores mais elevados de sempre neste mês com 54,1 e 11,9 mil TEU, respetivamente. Sines diminuiu 1,8%, para 100mil TEU, e Lisboa registou um declínio de 27,3%, movimentando 29 mil TEU. Neste segmento, o porto de Sines foi responsável por 51% do total de TEU movimentados, seguindo-se Leixões, com uma quota de 27,6%, Lisboa, que reduziu para 14,8%, e Setúbal, que subiu para 6,1%.
Também os portos comerciais do continente registaram um aumento face a janeiro de 2015. Só no primeiro mês deste ano, foram contabilizadas 830 escalas de navios das diversas tipologias, que corresponderam a uma arqueação bruta (GT) de 13,9 milhões. Uma variação de 1,2%, e 5,2%, respetivamente, em relação aos registos do mês homólogo de 2015. O volume global de GT é assim o mais elevado de sempre registado nos meses de janeiro, consequência do movimento observado nos portos de Douro e Leixões, Aveiro e Sines, com variações positivas de 1,7%, 17% e 24,1%, respetivamente. Os portos de Figueira da Foz e Lisboa registaram uma quebra de movimento no número de navios (-18,1%), correspondendo, em GT, a 21,9% e 25,2%, respetivamente.
No mercado de cargas movimentadas, merece particular destaque o dos Granéis Sólidos, com um aumento de 31,2% face a janeiro de 2015, devido ao movimento de Carvão e de Produtos Agrícolas, com acréscimos de 43,8% e de 159,5%, respetivamente, os valores mais elevados registados nos meses de janeiro. No mercado de Carga Geral, houve um aumento de 4,4%, impulsionado pelo movimento de carga Contentorizada e de Ro-Ro, com variações positivas de 6,9% e 33,8%, respetivamente, valores nunca antes verificados nos meses de janeiro.
A carga embarcada, com origem no hinterland dos portos comerciais, registou um volume estimado de cerca de 2,4 milhões de toneladas no mês de janeiro de 2016, um decréscimo de cerca 6% face ao período homólogo de 2015. Este facto foi determinado por uma quebra generalizada no volume de carga embarcada, na qual as mais significativas são a carga Contentorizada e os Produtos Petrolíferos, cuja variação foi de 8,7% e 6,6%, respetivamente.
Quanto ao volume de carga desembarcada, na qual as “importações” representam em regra mais de 90%, verificou-se um aumento de 16,5% face ao valor registado em janeiro de 2015, muito influenciado pelo aumento da importação de Carvão e de Produtos Agrícolas. A carga Contentorizada, com um volume que representa 22,3% (incluindo o tráfego de transhipment), registou um aumento de +5,6%.
Viana do Castelo, Figueira da Foz e Setúbal continuam a ser os portos que registam um maior número de embarques (carga embarcada) superior aos dos desembarques (carga desembarcada), com um quociente de 82%, 65% e 51,4%, respetivamente.