Os portugueses estão otimistas face ao desenvolvimento da economia nacional. As suas expetativas económicas e de rendimentos atingiram níveis históricos, tratando-se do valor mais alto dos últimos 20 anos. Estas são as conclusões do estudo da GfK sobre o clima de Consumo na Europa, no quarto trimestre de 2015.
Na Europa, o índice do Clima de Consumo subiu 1,9 pontos chegando aos 12,2 pontos. No último trimestre de 2015 foram várias as questões que preocuparam os consumidores e os meios de comunicação social, sendo que as conversas se centraram na crise dos refugiados, nos ataques de Paris e, sobretudo, na melhoria dos indicadores económicos em quase todos os países europeus, bem como no facto dos custos da energia ainda estarem extremamente baixos, adianta a análise da GfK.
As expetativas económicas e de rendimentos de Portugal atingiram níveis históricos
Os portugueses estão otimistas face ao desenvolvimento da economia nacional. As expetativas económicas subiram 9,7 pontos no quarto trimestre situando-se nos 23,5 pontos, o valor mais alto dos últimos 20 anos (em janeiro de 1996 situava-se nos 25,3). No mesmo mês de 2014, o indicador estava apenas nos 12,5 pontos.
Este otimismo também influenciou as expetativas dos rendimentos. Muito embora Portugal apresente ainda uma taxa de desemprego bastante elevada, analisada a tendência ao longo do último ano, observa-se um ligeiro decréscimo de acordo com as estatísticas da Comissão Europeia de 13,7 por cento, em janeiro de 2015, para 12,4 por cento, em novembro do mesmo ano. As expetativas dos rendimentos dos portugueses dispararam no quarto trimestre atingindo os 24,4 pontos, o que representa uma subida de 17,7 pontos. Trata-se do valor mais alto dos últimos 20 anos (janeiro, 1996: 25,2).
Contudo, o aumento das expetativas económicas e dos rendimentos não teve impacto na propensão para compras dos consumidores portugueses. Este indicador (propensão para compras) é o que reflete a prudência dos consumidores, pois não obstante algum otimismo face ao desenvolvimento da economia (quer em Portugal, quer nos restantes países), os consumidores mantém-se prudentes, e este comportamento observa-se quer em Portugal - de forma mais expressiva, mas também nos restantes países da União Europeia. Apesar do otimismo relativo à situação económica do país, muitos portugueses ainda não têm possibilidade de fazer compras e usufruir de serviços que vão para além das suas necessidades quotidianas. No quarto trimestre, o indicador caiu 9,6 pontos cifrando-se nos -30,4 pontos.