A NarrowNet quer instalar em Portugal a primeira rede desenhada exclusivamente para a Internet das Coisas até ao final de 2015. A rede concebida pela empresa francesa Sigfox permite a comunicação direta entre um objeto e uma antena retransmissora, sem qualquer gateway ou intervenção humana pelo meio. Esta rede possibilitará, segundo a empresa, “o envio de pequenas mensagens, a um custo mínimo de comunicação e com grande eficiência e autonomia energética”. Até ao final deste ano, a NarrowNet deverá assegurar a cobertura do território que alberga 95% da população de Portugal continental, tornando-se na primeira rede pensada para a comunicação exclusiva entre objetos a funcionar em Portugal e apenas a quinta no mundo a usar tecnologia Sigfox.
Atualmente, a NarrowNet conta com apenas cinco retransmissores a operar em Lisboa a 868MHz. Segundo a empresa, este número terá de ser aumentado mas uma antena de 70 centímetros garante a capacidade para comunicar por via hertziana (sem cabos) com chips e terminais que podem encontrar-se a mais de 50 quilómetros de distância. Cada antena utilizada nesta rede para a Internet das Coisas pode captar cerca de um milhão de mensagens por dia. Estas comunicações serão consideradas de baixo débito porque as mensagens enviadas não conterão mais de 12KB de dados.
A NarrowNet prevê três graus de cobertura: Outdoor, para espaços totalmente abertos onde não há barreiras ou obstáculos às comunicações; Light indoor, para quando as comunicações são efetuadas do interior de uma casa, a uma distância inferior a 10 metros de uma janela e Deep Indoor, para comunicações em ambiente fechado que, no limite, pode ir ao subterrâneo. A nova rede das coisas em Portugal estará apta a suportar, de origem, os graus de comunicação Outdoor e Light Indoor. O Deep Indoor apenas será disponibilizado consoante os pedidos que a empresa for recebendo.
O Country Manager em Portugal João Pimenta explica que os principais trunfos tecnológicos desta nova infraestrutura são o longo alcance e o baixo débito, pois “os terminais usados para comunicar com a tecnologia Sigfox só emitem dados (e consomem energia) nos momentos predefinidos e podem manter-se isolados, porque têm uma bateria que suporta o funcionamento durante cinco ou seis anos”. O Country Manager recorda ainda as previsões da Sigfox que apontam para que em 2022 haja mais de 18 mil milhões objetos conectados no mundo e que o segmento movimentará 1,2 biliões de dólares.
Para já, Portugal é apenas o quinto país a instalar uma rede à escala nacional desenhada exclusivamente para as comunicações entre objetos e máquinas. Atualmente, esta tecnologia desenvolvida pela Sigfox é usada em França, Espanha, Holanda e Reino Unido.