A Confederação dos Serviços de Portugal (CSP) aguarda com expectativa a apresentação do Orçamento do Estado para 2015 e defende que o Governo devia ponderar aliviar a carga fiscal das famílias portuguesas em sede de IRS, bem como envolver a oposição num acordo a médio prazo para limite do défice.
Para a CSP foi muito importante o consenso político que permitiu chegar a acordo quanto à reforma do IRC, pelo papel estratégico que este imposto tem para o desenvolvimento das empresas, do país e para angariação de investimento directo estrangeiro, consolidando a retoma económica e a criação de emprego. “Vemos, por isso, com muita preocupação notícias de eventuais aumentos do IVA. Julgamos que o caminho deve ser o oposto e que seria importante agora dar um sinal aos portugueses e aliviar a carga fiscal, idealmente tanto em sede de IVA como de IRS”, de acordo com Luís Reis, presidente da CSP.
A CSP apresentou recentemente ao Governo um conjunto de propostas para a redução de custos contexto à actividade das empresas e para a reforma do Estado, "dois dossiês essenciais para que se ganhe maior previsibilidade, estabilidade, simplificação e reorganização", tornando a economia portuguesa mais competitiva. “Portugal já foi alvo de três resgates financeiros nas últimas décadas. A confiança e a previsibilidade na economia, nos negócios e no emprego só se conseguem com medidas que sejam perenes e duradouras, constituindo a estrutura basilar do funcionamento dos governos a nível orçamental e financeiro. Acreditamos que um acordo a médio prazo para o IRS e para limite de défice que envolva o Governo, os parceiros sociais e os partidos é possível e essencial para o futuro”, defende Luís Reis.
Ainda no âmbito da Reforma do Estado, a CSP alerta para a necessidade de assegurar condições simples, transparentes e previsíveis para as empresas e para quem quer investir no país. Os procedimentos administrativos devem ser fortemente reduzidos e associados a um compromisso nacional de estabilidade.