As vendas da Amazon na época de Natal ultrapassaram as previsões iniciais, crescendo 34 por cento nos três últimos meses de 2006 para os 3,99 bilões de dólares. Mas, com as margens cada vez mais estreitas, surgem dúvidas de que o gigante do comércio online esteja a gastar de mais para atrair clientes.
Segundo a revista BusinessWeek, as acções da Amazon desceram logo a seguir ao anúncio dos seus resultados, num reflexo das inquietações dos analistas e dos investidores de que os lucros são conseguidos a um grande custo. As margens brutas do quatro trimestre mostraram o mais modesto crescimento dos últimos cinco anos e os lucros líquidos desceram para 98 milhões de dólares. No conjunto do ano, o lucro operacional diminuiu dez por cento, com o investimento em tecnologia e conteúdos destinados a atrair mais clientes ao site.
Na apresentação dos resultados, Tom Szuktak, director financeiro da Amazon, alertou os accionistas para não se mostrarem muito preocupados com a diminuição das margens. Como escreve a BusinessWeek, este responsável notou que a empresa está a investir no site, a oferecer preços mais competitivos para atrair mais clientes e a introduzir novas categorias de produtos. Mas, para alguns analistas, a pressão sobre as margens é um indício de que a companhia está a operar no negativo.
Tim Boyd, analista na Caris & Co, culpa os custos de envio gratuitos e os baixos preços pela pressão nas margens. Mas, como nota a publicação, outro factor está a pressionar a Amazon, a maior concorrência no mercado de comércio electrónico. A BusinessWeek dá como exemplo o Google.
Numa nota aos investidores, Anthony Noto, analista da Goldman Sachs sustenta que as margens da Amazon não deverão melhorar significativamente este ano.