O início de ano robusto do mercado europeu de investimento em imobiliário de retalho manteve-se no segundo trimestre, de acordo com o research da Jones Lang LaSalle.

Os volumes de investimento alcançaram os 5,1 mil milhões de euros no segundo trimestre, em linha com o trimestre anterior e acima dos 4,1 mil milhões registados no segundo trimestre de 2012.

Os volumes do primeiro semestre, fixados em 10,3 mil milhões, cresceram cerca de 40 por cento face aos 7,3 mil milhões registados na primeira metade de 2012. Este crescimento foi motivado, sobretudo, pelo aumento crescente de stock disponível no mercado, que está a ajudar a satisfazer a procura latente dos investidores para activos de retalho europeus.

Ao passo que os mercados tradicionais mais activos da Europa, nomeadamente Reino Unido, França e, em particular, a Alemanha, continuam a observar uma actividade de investimento saudável, assiste-se também ao alargamento dos alvos dos investidores a toda a Europa. Suécia, Polónia, Itália, Portugal, Eslovénia e Áustria, assim como a Rússia e Turquia registaram trimestres activos.

Em Portugal, o volume de investimento em retalho durante o primeiro semestre deste ano foi de aproximadamente 129 milhões de euros, um valor muito acima dos cerca de 12 milhões de euros investidos no período homólogo de 2012. O sector do comércio foi o mais procurado pelos investidores, com 83 por cento do volume investido durante os primeiros seis meses de 2013, ainda que este resultado tenha sido muito influenciado pela compra de 50 por centodo CascaiShopping pelo Sierra Fund, que fica assim proprietário da totalidade deste centro comercial. Além desta transacção, destaque ainda para a venda do hipermercado Continente Lamego, do supermercado Pingo Doce de Linda-a-Velha (operação assessorada pela Jones Lang LaSalle) e da loja Nike Store, na Rua Garrett, todos a investidores de origem nacional.

Não são apenas as cidades capitais que estão a atrair o interesse dos investidores. A procura está a tornar-se cada vez mais diversificada e a focar-se em localizações regionais. Esta tendência é visível na compra do Silesia City Center, em Katowice (Polónia), por um consórcio internacional liderado pela Allianz Real Estate, pelo valor de 412 milhões de euros. Este é um dos vários negócios de grande dimensão acordados no mercado polaco durante o trimestre e que se espera venham a ser concluídos no terceiro trimestre.

Noutros mercados, uma das maiores transacções do trimestre foi também realizada pela Allianz Real Estate, que comprou uma posição de 50 por cento num portfólio de sete centros comerciais localizados na Áustria, Eslovénia e Norte de Itália e em nova joint-venture com a SES Spar European Shopping Centers.

Outros negócios de referência realizados durante o trimestre incluem o primeiro investimento no mercado de retail parks do Reino Unido pelo investidor norte-americano KKR, que comprou um portfólio de retail parks com cerca de 40 mil metros quadrados à Resolution Property por 130 milhões de euros, tendo estabelecido uma parceria com a gestora de activos Quadrant Estates. Ambos os negócios reforçam a tendência de parcerias de joint-venture no sector retalho.