O Grupo Jerónimo Martins terminou o primeiro semestre com um desempenho positivo de todas as suas insígnias de distribuição alimentar. O grupo destaca o crescimento de dois dígitos (12,6%) das vendas consolidadas num contexto de desaceleração da economia e abrandamento dos níveis de consumo na Polónia e da contracção que se vem registando em Portugal. Contexto este que não impediu a Biedronka, o Pingo Doce e o Recheio de reforçar as respectivas posições de mercado.
Em termos consolidados, as vendas aumentaram para os 5.643 milhões de euros, com a Biedronka a crescer muito acima do mercado e a reforçar a sua liderança. Entre Abril de 2012 e Abril de 2013, a cadeia polaca viu a sua quota de mercado crescer cerca de 2,3 por cento, de acordo com os dados GfK Bimonthly Value Shares FMCG citados pelo grupo. O crescimento de 18 por cento (em euros) das vendas da Biedronka foi suportado pelo Like-for-Like (LfL) de 5,3 por cento e pelo aumento do número de novas lojas, mais 243 que no mesmo período de 2012.
O Pingo Doce, por sua vez, registou um aumento das vendas de 3,7 por cento no semestre, para o qual contribuiu, no entender do grupo, a nova dinâmica promocional iniciada a 1 de Maio de 2012.
No Recheio, que manteve inalterado o seu parque de 41 lojas, as vendas ficaram em linha com o ano anterior, apesar da companhia ter recuperado no segundo trimestre a tendência negativa registada no início do ano. De acordo com a Jerónimo Martins, a envolvente permanece muito difícil, com o contínuo declínio do consumo fora de casa que prejudica o segmento de clientes do Recheio que operam no canal HoReCa. Assim, o volume de negócios da rede grossista atingiu os 375 milhões de euros.
As duas cadeias de retalho alimentar, Pingo Doce e Biedronka, geraram 92 por cento das vendas consolidadas, com esta a representar 65 por cento do total. O sólido crescimento das vendas consolidadas foi, na sua maior parte, suportado por um crescimento de 3,9 por cento do LfL e pela abertura de mais 288 lojas ao longo dos 12 meses terminados a 30 de Junho.
O cash flow operacional (EBITDA) consolidado do grupo atingiu os 350 milhões de euros, o que representa um aumento de 11,2 por cento face a igual período do ano passado. A margem EBITDA cifrou-se em 6,2 por cento das vendas, 10 pontos base abaixo do registado no semestre anterior, o que reflecte o custo de cerca de 21 milhões de euros nas novas cadeias de retalho do grupo: hebe (Health & Beauty stores) na Polónia e ara (lojas alimentares de proximidade) na Colômbia. Antes de contabilizados estes custos, a margem EBITDA registaria um crescimento de 20 pontos base.
O lucro líquido atribuível à Jerónimo Martins cresceu nove por cento para os 165 milhões de euros, num semestre em que o investimento atingiu os 227 milhões de euros, dos quais 78 por cento foram canalizados para a Biedronka, que se mantém como a primeira prioridade estratégica nesta matéria. O reforço da estratégia comercial da Biedronka, em conjugação com a aposta cada vez mais forte na oferta de produtos perecíveis, deverão continuar a suportar um crescimento LfL acima do mercado. De acordo com o plano de expansão previsto, a companhia espera inaugurar, no ano, 290 lojas e dois centros de distribuição.
Já o Pingo Doce mantém como sua prioridade o aumento das vendas e a implementação do programa de racionalização de custos com vista a melhorar progressivamente, ao longo dos próximos anos, a rentabilidade da Jerónimo Martins.
Em Portugal, está prevista, até ao final do ano, a abertura de um novo centro de distribuição no Algarve.
Mantêm-se, portanto, para 2013, as perspectivas apresentadas em Fevereiro que apontam para um crescimento a dois dígitos das vendas consolidadas (em moeda constante) e para um aumento do EBITDA em linha com as vendas. “Estamos confiantes que a forte posição de mercado da Biedronka, focada em liderança de preço e na proximidade, e a robusta recuperação do Pingo Doce resultarão em crescimentos das vendas LfL acima do mercado. Temos assim razões para confirmar as perspectivas positivas no que respeita ao crescimento de vendas e resultados para o grupo em 2013”, conclui Pedro Soares dos Santos, administrador delegado da Jerónimio Martins.
Na Colômbia, o programa de aberturas tem sido implementado em linha com o previsto, pelo se mantém a expectativa de chegar ao fim do ano com 30 a 40 lojas naquele país. O semestre terminou com 14 lojas ara na região do Eixo Cafeteiro, bem como com um centro de distribuição, localizado na cidade de Pereira, que suporta as operações nesta primeira região. Com a expansão, o desenvolvimento das relações com os fornecedores locais e o conhecimento mais aprofundado dos comportamentos e hábitos dos consumidores formam o Top 3 das prioridades assumidas pela equipa na Colômbia nesta fase de arranque da operação. De acordo com a empresa, as vendas estão em linha com as expectativas.
Em 2013, o grupo prevê investir entre 600 e 700 milhões de euros, dos quais 70 por cento serão alocados à Biedronka e cerca de 100 milhões de euros à operação na Colômbia. “Neste primeiro semestre, o novo investimento na Ara desenvolveu-se de acordo com as nossas expectativas e terminámos o semestre ainda com mais confiança no potencial de crescimento do negócio e na oportunidade de mercado,” acrescenta Pedro Soares dos Santos.