No primeiro semestre, contabilizaram-se 3.311 insolvências de empresas em Portugal, o que representa uma redução de 10 por cento face a período homólogo do ano anterior, revela a análise da COSEC.Em contrapartida, empresas abrangidas por Planos Especiais de Revitalização (PER) estão aumentar desde o início do ano, situando-se em 577 casos até Junho.
As microempresas continuam a ser as mais afetadas, representando cerca de 66,7 por cento das insolvências registadas neste período. 26 por cento do total das empresas insolventes são do sector da construção que, apesar da redução de 18 por cento face a igual período de 2012, continua a ser o mais relevante na análise global de insolvências, a par dos serviços e retalho.
Ao nível de distritos, o Porto continua a registar o maior número de insolvências, com 764 empresas insolventes, verificando no entanto uma redução na ordem dos 15 por cento face a igual período de 2012.
Após quatro anos consecutivos de um acentuado crescimento deste indicador, Portugal começa a demonstrar sinais positivos quanto à estabilização das empresas que compõem o tecido empresarial nacional. Berta Dias da Cunha, administradora da COSEC, refere que "o início de 2013 veio confirmar as estimativas quanto à redução no número de insolvências apesar de se sentirem ainda algumas fragilidades. Sentimos que as empresas nacionais têm demonstrado um grande esforço para ultrapassar obstáculos, procurando diversificar as suas actividades e explorando outros mercados. É com expectativa que aguardamos o início deste segundo semestre, contando que os resultados possam ser um pouco mais animadores que os registados no final do ano passado”.
Na análise das variações mensais das insolvências ao longo do primeiro semestre de 2013, destaca-se o mês de Janeiro com um aumento de 34 por cento no número de insolvências registadas comparativamente com igual período do ano 2012. Segundo os dados apresentados, Março marca o ponto de viragem no número de registos de insolvências e em Maio a taxa de variação homóloga atinge mesmo uma redução recorde de 37 por cento face a igual período de 2012, facto que está associado à entrada em vigor do portal electrónico de registo de insolvências em Maio de 2012 e que culminou num pico de registos nesse mês.
No primeiro semestre , os sectores de actividade mais afectados pelo desaparecimento de empresas foram os da construção (26%) com 854 casos, dos serviços (18%) com 597 casos, o retalho (17%) com 565 casos e o sector agroalimentar (6%) com 210 casos. No entanto, os sectores que registaram um maior crescimento homólogo, com mais de 50 de casos de insolvência, face a igual período do ano passado, foram os de serviços de TI e automóvel com uma variação de 30 por cento e 11 por cento respectivamente.