O Reino Unido é o mercado de retalho online mais desenvolvido do mundo, logo seguido pelos Estados Unidos da América (EUA), posição justificada essencialmente pelo volume de vendas online per capita, pela significativa quota de mercado de retalho através da Internet, pelo total de vendas a retalho e pela grande abertura e utilização de novos canais e redes sociais. Portugal aparece no 32.º lugar do “ranking”, ocupando a 34.ª posição relativamente à dimensão de mercado e a 25.ª a nível de infraestrutura. Estes são dados do estudo “Global Perspective Retail – Online Retailing”, lançado pela Cushman & Wakefield (C&W)
Contudo, de acordo com a consultora Euromonitor International, o mercado de comércio online nos EUA é o maior do mundo, com aproximadamente 187 milhões de dólares transaccionados através da Internet em 2012, valor que representa um terço das vendas globais.
Embora o topo do “ranking” seja dominado pelos mercados maduros da Europa, Ásia e América do Norte, o crescimento do comércio online móvel (“m-commerce”) pode alterar esta tendência a favor dos países emergentes, especialmente da Ásia, onde a penetração de telemóveis é maior e está em crescimento. Segundo Marta Esteves Costa, “associate” e directora de research & consultoria da C&W, “a internet mudou radicalmente o cenário global do retalho para além de todas as expectativas, e está agora a transformar as formas de trabalho, compras e entretenimento. Os retalhistas que consigam adaptar-se rapidamente a esta nova realidade irão não só aumentar as suas vendas em todos os canais, mas também reforçar a sua notoriedade, tanto nas suas lojas físicas como nas plataformas digitais.”
Este estudo identifica também os mercados que estarão na liderança nos próximos anos. A China é de longe o mercado online com o maior potencial, mas também a Malásia (agora em 34.º lugar) aparece como um dos países online do futuro, graças à infraestrutura de Internet e ao potencial de consumo. Na Europa, a Rússia (em 26.º) é reconhecida como um mercado com grande potencial neste sector.
Nos últimos três anos, e a nível global, o “e-commerce” tem registado um crescimento médio anual de 18 por cento, substancialmente superior ao observado nos outros canais, de apenas 1,3 por cento. Este facto explica o surgimento de cada vez mais marcas com venda em vários canais, tanto nos mercados maduros como nos emergentes. “A combinação certa entre online e offline trará grandes vantagens para os retalhistas no futuro. Por um lado, a tecnologia e a Internet permitirão obter cada vez mais informação sobre e para os consumidores, que servirá para uma maior personalização dos produtos e serviços disponíveis. Por outro, as lojas físicas permitem o acesso imediato aos produtos, uma maior notoriedade da marca e ainda a capacidade de fornecer experiências únicas que dificilmente são replicáveis na Internet”, comenta Marta Esteves Costa.