A Apple foi acusada de ter usufruído de benefícios fiscais indevidos ao longo dos últimos quatro anos, escapando à cobrança de impostos sobre dezenas de milhares de milhões de dólares.
De acordo com o Público, as acusações feitas por comité do Senado norte-americano surgem na sequência de investigações conduzidas às práticas fiscais que concluíram que a empresa se serviu dos escritórios instalados na Irlanda, valendo-se do código fiscal irlandês para pagar poucos ou praticamente nenhuns impostos sobre perto de 74 mil milhões de dólares, nos últimos quatro anos.
O relatório do comité foca-se nas unidades que a empresa tem em Cork, na Irlanda, e a partir das quais gere as operações na Europa, Médio Oriente, Índia, África, Ásia e Pacífico. Uma das subsidiárias, a Apple Operations International, “holding” que gere o negócio do grupo fora dos EUA, não registou qualquer pagamento de impostos nos últimos cinco anos, apesar de ter obtido receitas de 30 mil milhões de dólares entre 2009 e 2012. O comité investigou ainda outra unidade do grupo na Irlanda, a Apple Sales International, que se dedica à comercialização de iPhones, iPads e Macbooks, por ter registado um lucro antes de impostos de 22 mil milhões de dólares, mas ter pago apenas dez milhões de dólares em impostos, o que corresponde a uma taxa inferior a 0,05%.
A Apple veio defender-se das acusações, tendo emitido um comunicado no qual sublinha que “não usa truques tributários”. O grupo reitera ainda que é “provavelmente o maior contribuinte empresarial” dos EUA, explicando que só no ano passado pagou seis mil milhões de dólares em impostos no país.