Os consumidores portugueses estão preocupados com a recessão que o país está a viver, com a elevada taxa de desemprego e com as medidas de austeridade. É em Portugal que se regista a mais baixa disposição para comprar, a perspectiva mais negativa em termos de melhoria económica e a segunda mais baixa expectativa de rendimentos, a par de Itália, revela a sondagem Consumer Climate Europe e EUA da GfK para o primeiro trimestre.
No topo da lista dos países com melhores expectativas económicas estão a Áustria, a Alemanha e a Roménia. A Alemanha e a Áustria são igualmente os dois países mais confiantes acerca dos seus rendimentos, seguidos pela República Checa- No que diz respeito à disposição para comprar, os europeus mais dispostos a gastar são os alemães, os austríacos e os búlgaros.
As perspectivas de consumo são muito diferentes a nível da Europa, quando se trata de avaliar a forma como a economia dos respectivos países se irá desenvolver nos próximos meses. Embora as esperanças de recuperação económica tenham aumentado significativamente nalguns países, noutros foram reduzidas ou até esmagadas. Os valores dos indicadores mais elevados verificam-se actualmente na Áustria e na Alemanha (ambos 0,6 pontos), seguidos da Roménia (-13,6 pontos). A perspectiva mais negativa, em termos de melhoria económica, foi registada em Portugal (-43,4 pontos), em França (-41,6 pontos) e na Grécia (-36,9 pontos).n
As economias gregas e espanholas viveram um ano de recessão mas os cidadãos têm esperanças que haja uma ligeira melhoria da economia no decorrer de 2013 e do próximo ano.
As expectativas de rendimento oferecem um quadro heterogéneo semelhante. Os consumidores estão confiantes acerca dos níveis de rendimento estáveis ou em crescimento na Alemanha (29,4 pontos), Áustria (7,6 pontos) e na República Checa (-3,3 pontos). Em contrapartida, os consumidores franceses (-57,9 pontos), italianos (-51 pontos) e portugueses (-50,8 pontos) estão todos a prever reduções adicionais dos salários, bem como aumentos de impostos e de contribuições.
Com uma taxa de desemprego de 17,6 por cento, a terceira mais elevada da Europa depois da Grécia e da Espanha, a população portuguesa não se sente actualmente capaz de fazer mais sacrifícios. Os cidadãos na maioria dos países europeus tiveram de puxar os cordões à bolsa e orçamentar mais rigorosamente. No entanto, os alemães (36,2 pontos), os austríacos (18,2 pontos) e os búlgaros (10,9 pontos) ainda continuam dispostos a consumir. Em contrapartida, os portugueses (-44,7 pontos), os italianos (-44,4 pontos) e os franceses (-36,2 pontos) mostram-se muito mais cautelosos.