Para os empresários nacionais, a redução da estrutura de recursos humanos e o ajustamento do tamanho da empresa ao mercado é a estratégia de gestão menos indicada para as empresas portuguesas superarem a actual conjuntura económica.
Para os mais de 500 gestores de micro, pequenas, médias e grandes empresas que participaram no estudo desenvolvido pelo IPAM – The Marketing School, esta é a “medida anti-crise” mais impopular, sendo defendida apenas por 3,6 por cento dos inquiridos.
O trabalho de investigação levado a cabo pela escola de marketing, no âmbito da pós-graduação em Marketing Management, traça uma radiografia das políticas de gestão aplicadas pelas empresas que operam no mercado nacional. Quatro em cada 10 gestores inquiridos apontam a melhoria da relação/interacção com o consumidor ou o investimento em capital humano qualificado como as “soluções” para as organizações “remarem” contra a crise.
O estudo demonstra, também, que os empresários nacionais consideram urgente a criação de uma nova geração de líderes empresariais. Esta é uma opinião partilhada por 89 por cento dos inquiridos. 94 por cento dos gestores defende que a nova vaga geracional de dirigentes “deve ter, necessariamente, uma atitude de marketing”, na medida em que este fornece as ferramentas para criar, comunicar e distribuir a melhor proposta de valor ao mercado, diferenciando-a dos concorrentes.
O estudo desenvolvido pelo IPAM debruça-se, ainda, sobre as actividades de gestão que as empresas que operam no mercado nacional executam com recurso a serviços externos. Comunicação e publicidade (22 por cento dos casos) é, seguido da organização de eventos para clientes, parceiros e colaboradores (15 por cento), a área para a qual as organizações mais recorrem ao “outsourcing”.
Ao contrário do que seria expectável, a gestão estratégica de marketing nas empresas que operam no mercado nacional é uma competência das altas esferas. 53 por cento dos inquiridos pelo estudo revela que, na sua organização, esta é uma competência do administrador ou do CEO. Apenas um quarto dos inquiridos (23 por cento) refere que o marketing é gerido pelo respectivo director de departamento.
Apesar da maioria dos inquiridos confessar que a empresa que representam atribui “bastante” ou mesmo “toda” a importância à gestão de marketing, na maioria dos casos (56 por cento) não dedicam mais de 30 por cento do tempo ao planeamento e implementação de acções de marketing.