As greves previstas para várias lojas Fnac de Espanha foram canceladas, após os sindicatos e a empresa terem chegado a um acordo relativamente a algumas medidas de redução de custos que esta queria implementar e que contemplavam, entre outras, uma descida dos salários.
A multinacional francesa recuou na sua proposta de ERTE (Expediente de Regulação Temporal de Emprego), figura que se assemelha ao "layoff", até 2016 e na descida de três por cento dos salários. Outra das medidas propostas era o fim do seguro de saúde privado, tendo sido estabelecido um sistema de co-pagamento para que os trabalhadores o possam manter.
Para reduzir os custos, a Fnac introduziu, entretanto, uma outra medida, com a qual os bónus dos directores serão reduzidos em 50 por cento.
De acordo com o jornal Economía Digital, a proposta inicial da Fnac baseava-se no pressuposto de que os seus resultados de 2012 teriam chegado apenas aos 4,5 milhões de euros, face aos 12,5 milhões de 2011. O sindicato UGT mostrou-se, desde o início, muito céptico relativamente a estes valores e considerava que os resultados teriam sido muito superiores, acusando a empresa de enviar dinheiro para a delegação francesa, de forma a que esta reportasse melhores resultados face à sua eminente entrada em Bolsa, o que teria afectado as contas em Espanha. Ainda de acordo com aquele sindicado, em 2012, entre reduções de contratos temporários e despedimentos, os recursos humanos da Fnac teriam diminuído nove por cento, um ponto a menos do que a lei estabelece como limite para se poder declarar um ERTE.
Com base nos resultados reportados, a proposta da Fnac assentava no corte de 15 por cento dos salários dos trabalhadores, conseguido através de uma redução directa de três por cento, o ERTE e a eliminação do seguro privado. Pelas contas dos sindicatos, um trabalhador a tempo inteiro que, até à data, recebesse 900 euros mensais, veria o seu vencimento reduzido para 700 euros.
A reacção dos trabalhadores foi uma convocatória de greve, primeiro na Corunha, seguindo-se Madrid e com a possibilidade de se juntarem Valencia, Alicante e Saragoça. Para 23 de Abril, Dia do Livro, estava prevista uma greve conjunta dos 25 pontos de venda Fnac em Espanha.
