"2012 foi um ano de sólidos resultados para o grupo, conseguidos num contexto adverso, de forte queda de consumo em Portugal e de abrandamento do crescimento na Polónia. As várias áreas de negócio registaram desempenhos relativos muito positivos, especialmente tendo em conta a exigência colocada pela envolvente macroeconómica ao longo do ano. Foi, também, um ano de mudanças quer na Polónia, quer em Portugal. A antecipação, pela equipa da Biedronka, das necessidades e expectativas dos seus consumidores e a rápida resposta do Pingo Doce perante uma nova realidade de mercado confirmaram a capacidade das companhias de retalho alimentar do Grupo para fazerem, de forma ágil e assertiva, os ajustamentos e mudanças necessários à defesa das vendas e das suas posições de mercado". É desta forma que o Grupo Jerónimo Martins analisa o ano de 2012, onde, em termos consolidados, as suas vendas aumentaram 10,5 por cento, atingindo os 10.875,9 milhões de euros e um crescimento "like-for-like" (LfL) de 3,5 por cento.
O crescimento das vendas deve-se não só à execução do plano de expansão, mas também aos desempenhos LfL das companhias, acima dos respectivos mercados. Em Portugal, aumentaram as suas quotas de mercado. Com a maior contribuição a vir da Polónia, o grupo mantém a sua capacidade de geração de "cash-flow" que, descontado o investimento, foi de 195,7 milhões de euros.
No acumulado do ano, o investimento ascendeu aos 466,5 milhões de euros, dos quais a Biedronka beneficiou de 85 por cento. No âmbito do reforço da sua posição competitiva, a Biedronka identificou os produtos frescos como uma área estratégica de investimento, pelas alterações que se têm verificado nos hábitos de consumo dos polacos e que se prevê que se intensifiquem. Assim, em 2012, já com a logística e a cadeia de abastecimento preparadas, a Biedronka implementou em mais de 1.700 lojas, nos primeiros nove meses do ano, o novo "layout", que coloca os produtos frescos na entrada da loja. O ambiente socioeconómico mais exigente que se verificou no ano não impediu a Biedronka de concretizar a ambição de crescer acima do mercado e de reforçar a sua posição de liderança, atingindo um volume de vendas correspondente a 6,7 mil milhões de euros, que representa um crescimento de 17,9 por cento em zlotys. Em termos de LfL, o crescimento acumulado do ano foi de 6,4 por cento.
Em Portugal, as vendas do Pingo Doce cresceram 2,4 por cento para os 3.063 milhões de euros, num mercado que caiu 1,6 por cento. No LfL acumulado, a companhia teve um desempenho resiliente, registando uma descida de apenas 0,6 por cento. A penetração da marca própria no total das vendas aumentou de 40,7 por cento, em 2011, para 42 por cento.
No ano em que celebrou 40 anos de actividade, o Recheio, em contraciclo com a queda do segmento grossista ( menos 5,8 por cento no retalho tradicional e menos 10,5 por cento no canal HoReCa, segundo dados da Nielsen), as vendas do Recheio ficaram praticamente em linha com o ano anterior, sendo o LfL de menos 0,9 por cento.
Para 2013, o grupo prevê investir, em 2013, entre 650 e 700 milhões de euros, dos quais cerca de 70 por cento destinados à Biedronka e cerca de 100 milhões de euros à Colômbia.
Para o Grupo, em 2013, antecipa-se um crescimento a dois dígitos das vendas (a taxas de câmbio constantes) e espera-se que o EBITDA aumente em linha com as vendas.