Os consumidores portugueses estão cada vez mais “profissionalizados” no acto de compra. Procuram conveniência e proximidade e as compras são cada vez mais organizadas e planeadas. Esta é principal conclusão do estudo GfK.Shopper Experience, que permite compreender o processo e experiência de compra e as decisões dos compradores em loja.
Gastar menos é factor decisivo, mas já não é o único comportamento do comprador em tempos de crise. No momento de escolherem as lojas para as suas compras, os portugueses optam cada vez mais por lojas próximas das suas rotinas diárias. Segundo o estudo, a mobilidade é já um factor muito importante para as compras de grande consumo: 72 por cento dos consumidores escolhem a loja pelo factor proximidade e conveniência, sendo que em 2009 este factor pesava 60 por cento (anterior vaga do estudo incidindo no canal distribuição moderna).
O comportamento de mobilidade também tem vindo a ganhar expressão. Na última vaga do estudo da GfK, que continua a monitorizar os comportamentos de compra dos consumidores em loja, 20 por cento dos "shoppers" deslocaram-se a pé até à loja (em 2009 este valor era de 12 por cento).
Outro indicador deste comportamento é também visível ao nível do raio geográfico de compra. Quase metade das compras (45 por cento) são efectuadas em lojas num raio de cinco minutos de distância entre a loja e a casa e 76 por cento fazem compras num local até 10 minutos da loja, análises que corroboram as alterações de comportamentos que têm vindo a ganhar expressão, como maior número de ocasiões de compra e redução da cesta média por acto de compra. A optimização do processo de compra é também visível na elaboração de listas de compras, mesmo que seja uma lista “mental”. Se em 2009 60 por cento dos "shoppers" elaborava uma lista, este valor foi de 71 por cento em 2012.
Os resultados desta vaga do estudo GfK.,Shopper Experience revelaram também que o tempo em loja é menor do que no passado (de uma média de 43 minutos em 2009 passou para 34 minutos em 2012), consequência não só da cesta média de compras, mas também de um maior planeamento das categorias que se pretende adquirir, assim como da optimização do percurso em loja. Em média, à entrada de loja são planeadas quatro categorias e é efectivada a compra de sete, para uma visita média de nove secções por cada ida a uma loja.
As categorias que lideram o índice de planeamento e também a compra efectiva centram-se na padaria, frescos (fruta e legumes) e lacticínios (leite e iogurtes). Os "snacks" doces (chocolates, rebuçados, pastilhas, drops) são as categorias com maior índice de compra por impulso (categorias não planeadas e com compra efectiva).
Outro indicador que revela o GfK.Shopper Experience são os comportamentos em linear face à ruptura do produto pretendido ou habitual. Se em 2009 a maioria dos "shoppers" ia a outra loja comprar o produto pretendido, actualmente quase metade compra no momento outro produto ou outra marca.
Além do preço, como um dos factores que continua cada vez mais importante na escolha dos produtos, as promoções em loja continuam a ganhar terreno e índices de preferência (principalmente as promoções em linear e descontos imediatos), mas também os descontos ou promoções que são garantidos "a posteriori" (em talão ou cartão). Perante este comportamento “novo normal”, o ponto de venda continua a ser fortemente decisivo na tomada de decisão.