Segundo os últimos dados da consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W), o mercado de investimento imobiliário comercial europeu voltou a ganhar ânimo nos últimos meses do ano, com o volume de investimento trimestral mais alto desde 2007 de 43,7 mil milhões de euros.

Não obstante o valor total de investimento do ano ter subido apenas 1,5 por cento, chegando aos 133,8 mil milhões de euros, a consultora prevê que a recuperação do sector irá ganhar força em 2013. Mais estabilidade económica e confiança dos investidores conduzirão a um aumento de actividade no sector de investimento imobiliário. De acordo com Marta Esteves Costa, “associate”, directora do departamento de Research & Consultoria da C&W, “o risco continua elevado na maioria dos países da Europa, mas as perspectivas de estabilidade económica e as previsões de recuperação (mesmo que lenta), devem levar a uma maior confiança em 2013. A forte correcção já registada no valor dos activos deverá atrair compradores, logo que se confirme uma maior segurança e sustentabilidade do rendimento. Como resultado destes factores, acreditamos que haverá um aumento no volume de transacções este ano, na ordem dos cinco a seis por cento para os cerca de 140 mil milhões de euros.

Os investidores continuam focados nos mercados “core”, apesar de ao longo de 2012 França, Reino Unido e Alemanha terem registado um ligeiro decréscimo na sua quota, de 62 para 61 por cento. Os países nórdicos ganharam terreno, registando quotas de 17,9 por cento em comparação com os 15,3 por cento de 2011. Finlândia e Noruega foram os países com maior dinâmica no scetor.

Por outro lado, países como Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha tiveram um decréscimo de 26 por cento em termos de investimento imobiliário comercial, levando a sua quota para os 3,8 por cento contra a média de 11 por cento dos últimos 10 anos. Em Portugal, em 2012, o total de negócios de investimento imobiliário comercial somou pouco mais de 100 milhões de euros, valor que, comparado com o anterior, representa uma quebra de mais de 50 por cento. O investimento estrangeiro ao longo do ano teve um peso equivalente ao de 2011, cerca de 14 por cento do capital investido, representado por quatro negócios, dos quais apenas um foi realizado por um investidor institucional.

O investimento de origem estrangeira continua a dominar na região europeia, tendo assinalado um aumento de 19 oor cento em relação a 2011, enquanto o investimento local desceu 3,9 por cento. Nos mercados “core”, o investimento estrangeiro subiu 31,4 por cento e o local desceu 0,6 por cento. Já nos mercados em dificuldades e nos emergentes, tanto o investimento estrangeiro como nacional caíram 25 por cento.

Relativamente aos sectores, o dos escritórios foi o que registou maior volume de investimento tendo tido um aumento de 5,6 por cento. O sector industrial caiu 9,9 por cento e o de retalho 21,9 por cento.