Portugal tem vindo a registar um agravamento dos incobráveis, nomeadamente nos sectores da construção, indústria e comércio, tendo atingido, no total, seis mil milhões de euros em 2012, refere um estudo da Intrum Justitia.

"Em comparação com Espanha, Portugal encontra-se numa posição menos animadoras. Dos três sectores analisados, temos níveis de incobráveis superiores em dois: 0,4 por cento no sector de comércio a retalho e grossista e mais 1,3 por cento na indústria. O único sector onde Espanha tem uma taxa de incobráveis superiores é na construção, mercado que tem sido fortemente afectado", sublinha um comunicado da Intrum Justitia.

Segundo o estudo, a média de incobráveis em Portugal aumentou de 3,2 por cento do total de pagamentos em 2011 para 3,6 por cento, quando a média na União Europeia se situa nos 2,8 por cento, atingindo os 340 mil milhões de euros. Os incobráveis na Europa aumentaram 28 mil milhões nos últimos 12 meses.

Em Maio, a Intrum Justitia revelou que Portugal, juntamente com a Grécia, era o país onde o risco de pagamento estava mais elevado num conjunto de 28 Estados europeus. O índice de risco de Portugal tinha subido de 186 para 190 entre 2011 e 2012, posicionando-se em primeiro lugar a par da Grécia e bem acima da média europeia, que registou um índice de 170. A Intrum Justitia referiu na altura que mais de 80 por cento das empresas portuguesas têm problemas de liquidez devido a atrasos nos pagamentos.