Lisboa desceu três lugares no "ranking" das localizações de comércio mais caras do mundo face a 2011, situando-se este ano na 45.ª posição. As cidades de Buenos Aires, na Argentina, e Varsóvia, na Polónia, precedem Lisboa. Almaty, no Cazaquistão, e Jacarta, na Indonésia, seguem-se na 46.ª e 47.ª posições, segundo o estudo "Main Street Across the World 2012" (MSATW), publicado anualmente pela consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W).
“À semelhança da maioria dos mercados europeus, o comércio de rua em Lisboa tem vindo a revelar-se cada vez mais atractivo para retalhistas e consumidores. Em contra ciclo com os restantes sectores do imobiliário, as ruas da capital registaram nos últimos anos uma procura crescente por parte dos retalhistas. As restantes cidades do país não acompanham ainda esta tendência, mas acreditamos que a médio prazo também nas cidades secundárias se assista a uma revitalização do comércio de rua”, afirma Marta Esteves Costa, "associate" e directora do departamento de "research" e consultoria da C&W.
Um maior fluxo de consumidores é cada vez mais sentido nas localizações "prime" de comércio de rua em Lisboa, Avenida da Liberdade e Chiado, em grande parte impulsionado pelo aumento do número de turistas nestas zonas. Como resultado, em 2012 manteve-se a procura para este tipo de espaços mais tradicionais, proveniente de operadores tipicamente presentes em centros comerciais e que diversificaram a sua oferta para este formato, do qual é exemplo a Vitaminas & Companhia, ou para novas entradas ou reentradas em Portugal, como é o caso da Amorino, Roche Bobois e Cartier.
Não obstante a elevada procura de que têm sido alvo os espaços de comércio de rua em Lisboa, a estabilidade das rendas mantém-se desde Março de 2009. A este facto não será alheia a crise económica, que não permite sustentar um aumento dos valores pedidos. A zona do Chiado é hoje a que pratica as rendas mais elevadas em Portugal, situando-se o valor de referência para um espaço "prime" nos 80 euros por metro quadrado ao mês. Na Avenida da Liberdade o valor é ligeiramente inferior, cifrando-se nos 72,5 euros por metro quadrado ao mês.
No Porto, na Rua de Santa Catarina, principal referência para o comércio de rua nesta cidade, verificou-se uma descida do valor da renda "prime" neste último ano, situando-se actualmente nos 40 euros por metro quadrado ao mês, representando uma quebra de cerca de 12 por cento face a 2011.