Segundo o mais recente estudo realizado pela CBRE, “Europe’s Online Consumer”, os problemas de segurança mantêm-se como o maior obstáculo ao crescimento do comércio online na Europa, apesar do aumento da utilização de produtos de tecnologia para o consumidor e dos progressos alcançados na segurança dos métodos de pagamento com cartão de crédito, como o chip e o PIN.
As conclusões da CBRE surgem numa altura em que os governos e os grupos industriais da Europa pretendem relançar as economias, encarando a despesa dos consumidores como um ingrediente vital para criar crescimento económico. Este primeiro estudo pan-europeu do género, realizado entre mais de 10 mil pessoas, com vista a compreender as atitudes do comércio online, compara entre este tipo de comércio com as lojas físicas, a taxa de utilização em diferentes setores e o impacto das tecnologias móveis e redes sociais.
Os consumidores indicaram que o principal motivo pelo qual não faziam compras online era devido à segurança, mais importante do que os custos ou a facilidade de entrega dos artigos ou até a falta de cartão de crédito. As conclusões da CBRE sugerem que, na Europa, há também uma ligação entre a propensão para comprar online e para utilizar serviços bancários online. Os países que apresentam uma percentagem mais elevada de pessoas que compram produtos online são os que têm igualmente os maiores níveis de actividades bancárias via Internet quando comparados com outros, onde a utilização da Internet é mais baixa ou a banca online ainda tem pouca presença. Tendo em conta que os serviços bancários online envolvem as pessoas na gestão diária de dinheiro online, o estudo da CBRE sugere que uma maior utilização da banca online pode ajudar as pessoas a ultrapassarem os seus receios quanto ao comércio electrónico.
Segundo Carlos Récio, director de agência de Retail da CBRE Portugal, o estudo “revela que o comércio tradicional e o comércio online não são adversários, mas antes aliados. Os clientes procuram preços e disponibilidade online antes de comprarem, o que pode ocorrer através de qualquer dos canais. Os retalhistas usam o comércio online para testar novos mercados e direccionar os potenciais clientes para as suas lojas. Por toda a Europa, os consumidores sentem-se confortáveis com uma combinação do melhor de cada um dos mundos, a velocidade e a conveniência de uma compra online com a mais satisfatória experiência social de uma ida à loja. Num tempo desafiante em termos económicos, é a proposta multicanal que amplia a escolha do cliente e fornece também a solução mais dinâmica para os retalhistas.”
Neste relatório existem ainda outras conclusões retiradas da análise. Enquanto as mulheres impulsionaram o comércio nas lojas físicas, os homens compram online com o dobro da frequência das mulheres (uma vez em cada 2,5 semanas versus uma vez por mês). Na Europa Ocidental a propensão para comprar online correlaciona-se com a riqueza, já que 61 por cento dos que ganham mais compram online, por comparação a 44 por cento dos que ganham salários mais baixos. Os consumidores da Europa Ocidental são os que compram mais online e os russos são os que compram menos. Em termos regionais, as diferenças são influenciadas pelos níveis de acesso à banda larga e pelas diferenças culturais. Os jovens são desencorajados pelas taxas de entrega e pela dificuldade de devolução quando compram online. As redes sociais têm hoje pouco impacto no processo de decisão quando se compra online, enquanto as compras por telemóvel ainda não arrancaram.