O clima económico mundial piorou durante o quarto trimestre, de acordo com as perspectivas cada vez mais negativas dos peritos económicos, de acordo com o “World Economic Survey” (WES) publicado pela Câmara de Comércio Internacional (ICC) e o Instituto para a Investigação Económica (Ifo) sediado em Munique.
O inquérito obteve respostas de mais de 1.000 especialistas em economia, provenientes de empresas e instituições académicas, para garantir dados actuais sobre os desenvolvimentos económicos nos respectivos 119 países, no passado mês de Outubro. Estas respostas foram analisadas de forma a alcançar um valor trimestral representativo do actual clima económico mundial.
As perspectivas acerca da economia mundial caíram de 107,7 pontos no segundo trimestre para 78,7 pontos no quarto trimestre, atingindo assim o ponto mais baixo dos últimos dois anos.
Os números em queda reflectem o declínio do optimismo dos especialistas para o futuro, tendo-se verificado quedas consecutivas de 110,5 no primeiro trimestre para 71,9 no quarto trimestre. A análise acerca da situação económica global também verificou uma queda de 108,4 no segundo trimestre para uma queda anual no valor de 86. “Estes resultados demonstram o frágil estado do sector financeiro, particularmente nas finanças públicas, e reforçam a ameaça de que as economias reais ainda relativamente fortes de muitos países poderão entrar em recessão”, afirma Jean-Guy Carrier, secretário geral da ICC. “No entanto, não é tarde demais para evitar esse cenário destrutivo se os governos de todo o mundo, e particularmente os da zona euro, forem capazes de convencer os mercados de que estão a ser tomadas as decisões certas”.
Um aspecto interessante nos resultados recentes é que a “falta de confiança nas políticas económicas dos governos” foi considerada, mundialmente, como o problema mais importante pela primeira vez desde que a pesquisa foi criada, há exactamente 20 anos. “Esta falta de confiança veio substituir o ‘défice público’, um dos problemas revelados num inquérito realizado na Primavera deste ano, e o ‘desemprego’, principal problema segundo o inquérito do ano passado”, afirma Gernot Nerb, director de inquéritos empresariais do Ifo.
A estimativa de inflação para todo o ano de 2011 permanece nos quatro por cento, numa média global, sendo que a maioria dos especialistas do WES esperam taxas de juros inalteradas ao longo dos próximos seis meses.
Em termos de moeda, os especialistas do WES também concordam que o euro está sobrevalorizado e o iene comparativamente mais valorizado. Numa média mundial, a taxa de câmbio do dólar dos EUA deverá manter-se em grande parte estável ao longo dos próximos seis meses.