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Consumidores portugueses são dos mais pessimistas a nível mundial
2011-11-07

A confiança desceu um ponto, mas 31 dos 56 mercados avaliados decresceram os seus índices, de acordo com os resultados do terceiro trimestre sobre a confiança do consumidor a nível mundial apurados pela Nielsen.

“O terceiro trimestre foi instável e desafiador para as economias mundiais e mercados financeiros, entre a estagnação dos números sobre o desemprego nos EUA e o agravamento da crise da dívida da zona euro,” afirma Venkatesh Bala, economista-chefe do The Cambridge Group, pertencente à Nielsen. “Um espírito de recessão está a crescer por entre os consumidores, na medida em que mais de metade diz que está presentemente em recessão, mais quatro pontos percentuais desde o último trimestre e sete pontos desde o início do ano. O resultado traduz-se numa contínua contenção para gastos discricionários, que se espera prolongar-se pelo próximo ano.”

Na última vaga do inquérito, realizado entre 30 de Agosto e 16 de Setembro, a maioria dos inquiridos (64%) concordava que agora não é boa altura para comprar as coisas que querem e de que necessitam, com um em cada cinco europeus e um cada três norte-americanos a dizer que não têm dinheiro de sobra. O panorama para os consumidores nestas regiões é mais pessimista agora do que era na altura da recessão de 2009. Entre os inquiridos norte-americanos e europeus que crêem estar em recessão, quase 60 por cento acreditam que ela vai prolongar-se no próximo ano, mais do que os 54 por cento do primeiro trimestre de 2009.

A economia voltou a surgir como principal preocupação para 18 por cento dos consumidores a nível mundial. A economia esteve no topo das preocupações no quarto trimsestre de 2010, antes de ter sido substituída pelas preocupações sobre o aumento do preço dos bens alimentares na primeira metade deste ano. A segurança do emprego segue um pouco atrás, para 14 por cento dos consumidores, subindo cinco pontos percentuais desde há três meses. Gerir o equilíbrio emprego/vida pessoal, o aumento do preço dos bens alimentares e as preocupações com a saúde preenchem os cinco temas mais desgastantes para os inquiridos. “Impulsionadas por um mercado de trabalho estagnado e incerteza quanto ao futuro da economia mundial, as preocupações sobre a segurança do emprego e outros riscos económicos subiram a novos níveis no terceiro trimestre em muitas partes do mundo,” afirma Venkatesh Bala. Na América do Norte, um em cada três consumidores está preocupado com a economia, sete pontos acima desde o segundo trimestre, e 12 por cento estão preocupado com a segurança do emprego, um acréscimo de cinco pontos desde há três meses.

Na América Latina, as preocupações acerca da segurança do emprego (15%) e o crime (12%) levam vantagem sobre a economia (11%). No Médio Oriente/África, a segurança do emprego manteve o primeiro lugar, crescendo nove pontos, para os 20 por cento. Na Ásia-Pacífico, a economia (18%) e a segurança do emprego (15%) subiram oito e sete pontos, respectivamente.

Pela primeira vez, a Nielsen pediu aos inquiridos que indicassem como é que eles geririam o seu orçamento mensal e onde é que aumentariam ou diminuiriam os gastos se o seu orçamento aumentasse ou diminuísse 10 por cento. “Os resultados foram muito reveladores,” indica Venkatesh Bala. “Esmagadoramente, mostraram que existe uma sensação de cansaço e um desejo contido por uma pausa; quando as famílias tinham um aumento de 10 por cento no orçamento, mostravam o desejo de utilizar o dinheiro em categorias mais privilegiadas como viajar/férias (+29%) e divertimento e entretenimento (+20%). Também existe uma sensação de incerteza económica e uma necessidade de segurança, pelo que os consumidores também aplicariam nas suas poupanças/investimentos (+25%).”

No outro lado, quando os orçamentos são reduzidos 10 por cento, os consumidores dizem que vão gastar menos na área do vestuário (-21%) e em jantar fora (-18%). Os consumidores indicaram também uma redução nos gastos com electrónica e electrodomésticos (-14%). “Se o clima económico mundial piorar, estes três sectores parece serem particularmente vulneráveis,” continuao Venkatesh Bala.

No caso de disporem de um orçamento menor, os respondentes também indicaram uma redução de 10 por cento nas poupanças/investimentos. A assimetria com a expansão sugere que embora os respondentes gostassem de reduzir ou pôr nas suas poupanças e investimentos, também reconhecem que podem estar a lidar com graves realidades económicas”.

A confiança do consumidor nos Estados Unidos caiu um ponto para um índice de 77. A confiança do consumidor também caiu um ponto no último trimestre na China, de 105 para 104, e um ponto na Alemanha, a maior economia da Europa. “Com os preços elevados do combustível, inflação dos bens alimentares, mau tempo, mercado imobiliário em dificuldades, dívida pública preocupante, enfraquecimento dos mercados financeiros e pouca melhoria no mercado de trabalho, a confiança do consumidor norte-americano caiu nos segundo e terceiro trimestres de 2011,” indica Todd Hale, SVP Consumer & Shopper Insights da Nielsen U. S. “Ao contrário de outros países no mundo, a confiança do consumidor nos Estados Unidos não mostrou melhoria. Este padrão de contínua baixa de confiança mostra um quadro de uma recuperação económica lenta e moderada.”

A região da Ásia-Pacífico continua a dominar com a lista dos países mais optimistas, possuindo sete dos 10 países com mais elevada pontuação no que respeita à confiança do consumidor. A Índia, apesar de uma descida de cinco pontos, mantém o primeiro lugar com um índice de 121, seguida da Arábia Saudita (120), Indonésia (114), Brasil (112), Filipinas (112), Tailândia (109), Emirados Árabes Unidos (105), China (104), Hong-Kong (104) e Malásia (101). A Hungria (37) foi o país mais pessimista no terceiro trimestre, juntamente com Portugal (40), Coreia do Sul, Roménia e Croácia (49).

A Ásia-Pacífico e a América Latina foram as regiões mais optimistas no último trimestre com 97 pontos, embora a Ásia-Pacífico tenha descido um ponto. O Médio Oriente/África seguiram de perto com 96 pontos do índice, um ganho trimestral de dois pontos. A América do Norte desceu dois pontos, para 79, e a Europa permaneceu a região mais pessimista, mantendo-se nos 74 pontos.

As nações europeias permanecem entre as mais pessimistas. “Na zona euro, o aparecimento da crise da dívida e a extrema instabilidade dos mercados financeiros está a fazer descer os níveis de confiança, particularmente em Portugal (40), Irlanda (64), Grécia (51) e Espanha (56), cada um deles reportando valores de confiança do consumidor bem abaixo da média europeia de 74”, continua Venkatesh Bala. Vários mercados registaram descidas de confiança de dois dígitos no último trimestre com a maior descida vindo de França, baixando 13 pontos no índice, para 56. “Durante o Verão, a crise da dívida europeia causou uma forte incerteza entre os consumidores, especialmente em França onde o défice do orçamento está perto dos 5,8 por cento do PIB e a taxa de desemprego ronda os 10 por cento,” afirma Phillippe Guerrieri, Country Manager da Nielsen França.

A região nórdica também registou uma baixa na confiança, com a Dinamarca, Finlândia e Suécia a descerem no terceiro trimestre. A Dinamarca observou a maior descida, 12 pontos, desviando-se de um desempenho de índice 97 de média registado desde a recessão de 2009. Um factor importante nesta última descida é em grande parte atribuído a um futuro económico incerto devido à quente eleição nacional, em que as posições opostas resultaram numa das eleições mais concorridas em mais de dez anos,” justifica Peter Schelde, Managing Director da Nielsen Dinamarca. “Com o desemprego a crescer, os dinamarqueses estão preocupados com o futuro e estão reservados no que respeita a gastar dinheiro.”

Enquanto a Europa Ocidental experimentou um trimestre desafiador, várias nações do Leste resistiram à tendência de queda e nove dos 10 mercados avaliados pela Nielsen tiveram aumentos de confiança. A Rússia, a maior economia e motor económico da Europa de Leste, registou uns saudáveis sete pontos de subida, para uma pontuação no índice de 89. “Desde 2008 que os consumidores russos travaram os seus gastos e aceitaram uma estratégia de ‘aqui e agora’ em relação às suas questões económicas,” afirma Paul Walker, Group Managing Director da Nielsen Rússia e Nordeste Europeu. “No terceiro trimestre, os inquiridos russos fortaleceram a confiança no estado das suas finanças pessoais, embora o poder de compra não tenha ainda sido completamente restabelecido e os russos permaneçam cautelosos nas suas expectativas em relação ao futuro.”

Embora ainda abaixo da média europeia da confiança do consumidor, os países bálticos da Letónia (69), Lituânia (71) e Estónia (72) registaram os maiores aumentos na região, subindo 12, 11 e seis pontos, respectivamente. “Estes aumentos de confiança são devidos à melhoria dos indicadores macro-económicos. As taxas de crescimento do PIB na Europa são melhores nos países bálticos onde o desemprego está a decrescer gradualmente,” adianta Martti Muna, Consumer Research Manager da Nielsen Bálticos. “Contudo, como a inflação dos bens alimentares é cerca de nove por cento, o crescimento do volume do cesto de compras é marginal quando comparado com o ano passado e os consumidores continuam a ser muito cautelosos optando por poupar em vez de gastar”.

A Polónia também se libertou dos dois trimestres anteriores de quebra da confiança do consumidor e subiu oito pontos no terceiro trimestre, para um índice de 74. “A Polónia era o único país europeu que não tinha sofrido a recessão em 2009, mas nos últimos tempos foi atingida pela incerteza económica,” sustenta Kyriakos Kyriakou, Regional Managing Director da Nielsen Europa de Leste. “As pessoas temeram o pior por causa do aumento do desemprego e da subida do preço do petróleo, bens alimentares e bens de primeira necessidade, mas agora aperceberam-se de que o receio pode ter sido exagerado e estão a tornar-se mais optimistas.”

A maior economia da América Latina, o Brasil, continua a liderar a região com uma pontuação no índice da confiança do consumidor de 112 no terceiro trimestre. “Com pontuações no índice da confiança do consumidor consistentemente acima da média, os consumidores brasileiros mantêm uma perspectiva optimista apesar de comunicações recentes de uma possível desaceleração da actividade económica,” afirma Eduardo Ragasol, General Manager da Nielsen Brasil. “Os consumidores estão confiantes devido às condições positivas de trabalho em geral, no entanto, estão endividados e cautelosos para expandir ainda mais os níveis da actual alavancagem. Os bens duráveis, automóveis e outros bens fortemente dependentes de crédito podem sofrer uma contracção face ao ano anterior.”

A Venezuela (75), o Chile (85) e a Argentina (88) registaram um decréscimo na confiança do consumidor no terceiro trimestre, enquanto a Colômbia (90) e o México (83) aumentaram um e três pontos, respectivamente. O Peru manteve-se estável com uma pontuação no índice de 99 por dois trimestres seguidos.

A Ásia-Pacífico continua a registar sólidos resultados de confiança do consumidor, apesar de uma queda no índice a nível regional de um ponto no terceiro trimestre, para uma pontuação de 97. A região possui a maior percentagem de consumidores que fazem poupança, com 61 por cento a indicarem que planeiam colocar o dinheiro que lhes sobra na poupança, em comparação com a média mundial de 46 por cento. Um em cada três consumidores da Ásia-Pacífico também planeia investir em acções/fundos de investimento, o que é consideravelmente mais elevado do que em qualquer outro lugar do mundo, quase o dobro da média mundial de 18 por cento.

A Índia registou a pontuação mais elevada no índice da confiança do consumidor pelo sétimo trimestre consecutivo. Antes, apenas a Indonésia e a Noruega tinham ocasionalmente tomado o primeiro lugar à Índia. Próximos dos valores da Índia está a confiança na Arábia Saudita que subiu 13 pontos no terceiro trimestre, para um índice de 120.

Apesar das condições económicas positivas em geral na Ásia-Pacífico, 10 dos 14 países medidos registam descidas desde há três meses. Singapura e Malásia observaram as maiores descidas de confiança de nove pontos cada.


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L.Branca/PAE

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