Segundo o estudo “Winning in Growth Cities”, publicado pela consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W), os investidores estão a voltar aos mercados core, com Nova Iorque a atrair o maior número de investimento imobiliário em 2011.

A volatilidade dos mercados financeiros e a incerteza generalizada na economia mundial provocaram uma alteração na estratégia dos investidores institucionais, que concentram a sua procura em activos de qualidade localizados em mercados maduros. Nova Iorque lidera o ranking de cidades que registaram um aumento de procura este ano, seguida de Londres que ocupa a segunda posição. Tóquio, não obstante um abrandamento de actividade provocado pelos desastres naturais no país, manteve um bom nível de procura e é a cidade que se encontra na terceira posição.

Para o próximo ano espera-se a continuação da aversão ao risco, com muitos investidores a manterem a sua actividade nas cidades que se encontram nas posições cimeiras do ranking, sendo provável novos aumentos de valor nos activos prime a nível mundial, considerando a gradual redução de espaços prime nas melhores localizações.

Em relação às cidades que verificaram uma maior evolução em termos de captação de investimento em imobiliário comercial, a cidade de Chicago registou a maior percentagem de crescimento no valor investido. O crescimento foi suportado por um grande número de transações de escritórios no Central Business District (CBD), com algumas transacções a superarem a barreira dos 600 milhões de dólares, mais um reflexo da concentração da procura dos investidores em activos core em localizações centrais.

A Europa é o segundo continente com maior número de localizações no ranking, contando com oito cidades. Frankfurt foi a localização com maior crescimento em volume de investimento, destacando-se como principais transacções a aquisição das Twin Towers do Deutsche Banke Opern Turm no CBD da cidade que envolveu um total de 1,6 mil milhões de dólares.

Hong Kong é a cidade que atraiu mais investimento no sector de retalho em 2011, posição muito impulsionada pelos 2,4 mil milhões de dólares da venda do complexo de lazer Festival Walk. A região de Rhine-Ruhr na Alemanha e Nova Iorque encontram-se na segunda e terceiras posições, seguidas de Manchester e Londres na quarta e quinta posições respectivamente.

No sector de industrial a cidade de Singapura foi a que registou o maior volume de investimento, subindo seis posições no ranking global e destronando Los Angeles da primeira posição. Esta alteração no ranking demonstra uma menor valorização dos países desenvolvidos como localizações de indústrias transformadoras em detrimento dos mercados emergentes.

Sobre Portugal, Luis Rocha Antunes, partner e director de investimento da Cushman & Wakefield comenta, que “não se enquadra na categoria core do mercado imobiliário mundial, atravessando hoje uma quebra em termos de capacidade de atracção de capitais estrangeiros; no entanto, existem boas oportunidades de investimento no país, concentradas em nichos de mercado com bom potencial de crescimento e a valores especialmente atractivos”.