O segundo trimestre não foi positivo para os produtos tecnológicos na Europa Ocidental. O mercado caiu 5,1 por cento, comparativamente com o período homólogo de 2010, para os 41,8 mil milhões de euros. Grécia, Espanha, Portugal e Itália foram os mercados mais afectados no segundo trimestre, em contraste com a Alemanha, Holanda e Áustria.
Segundo os dados GfK TEMAX, a contrariar a tendência negativa estiveram as tecnologias da informação, com uma subida de 5,7 por cento. Por seu turno, as telecomunicações e os pequenos domésticos mantiveram-se estáveis, com taxas de crescimento de 0,8 e de 0,2 por cento, respectivamente.
Contudo, isto não foi suficiente para puxar o mercado como um todo para terreno positivo. A electrónica de consumo experimentou a descida mais severa, depois dos números robustos apresentados em 2010, muito devido ao Campeonato do Mundo de Futebol.
O consumo privado de produtos de tecnologias da informação incidiu sobretudo em alguns nichos, o que motivou taxas de crescimento de dois dígitos na Áustria, na Alemanha e sobretudo na Holanda. Em Portugal, na Grécia e em Espanha, porém, a procura continuou a ressentir-se da difícil situação económica e da falta de confiança dos consumidores. No segmento business-to-business, o cloud computing e o mercado de substituição incentivaram a procura no segundo trimestre.
Já as telecomunicações beneficiaram do bom momento dos smartphones e conseguiram um ligeiro crescimento face ao ano passado. Os acessórios, incluindo as bolsas e capas protectoras, e os auscultadores estéreo também se distinguiram.
Este mercado teve um desempenho muito distinto de país para país. Na Alemanha, o segundo trimestre caracterizou-se pela estagnação, mas foram observadas taxas de crescimento de dois dígitos na Holanda, na Áustria e na Bélgica. Mais uma vez, em contraste estiveram os países do Europa do Sul, Portugal, Espanha e Grécia, com um desempenho negativo.
O outro mercado ainda positivo, os pequenos domésticos, sofreu um crescimento marginal de 0,2 por cento, para os 3,3 mil milhões de euros. Áustria, Alemanha, Bélgica e França terminaram o segundo trimestre com um crescimento de um dígito, enquanto a Grécia sofreu a maior quebra.
O forte crescimento das máquinas de café expresso totalmente automáticas e dos sistemas de cápsulas teve um impacto positivo no mercado europeu de pequenos domésticos como um todo. Na aspiração, os robots também continuaram a mostrar um bom desempenho, face ao ligeiro declínio dos modelos cilindro tradicionais. Nos ferros de engomar, os geradores de vapor exibiram um crescimento positivo.
Entre os mercados que caíram em terreno negativo, a menor descida foi a sofrida pelos grandes domésticos. As vendas totalizaram 7,4 mil milhões de euros, o que corresponde a uma queda de 1,5 por cento em termos homólogos. Esta descida deve-se, sobretudo, ao fraco desempenho dos mercados espanhol, português, italiano e grego. Em contraste, a Alemanha conseguiu um crescimento robusto, mais moderado na Bélgica e na Holanda.
No segmento da roupa, foi notória a tendência para produtos com classe energética A+ ou superior. Além disso, os consumidores também continuaram a privilegiar os produtos com maiores capacidades de lavagem e de secagem. Observou-se ainda um crescimento assinalável das vendas de secadores com bomba de calor. No segmento do frio, a tecnologia No Frost foi mais popular no segundo trimestre de 2011 do que tinha sido no período homólogo de 2010. A eficiência energética teve também impacto nas máquinas de lavar a loiça, assinalando-se uma clara tendência para produtos que gastam menos de dez litros de água por ciclo de lavagem.
Já a fotografia mostrou uma queda de 6,3 por cento em valor. Face à estabilidade do mercado alemão, mais uma vez esta taxa de crescimento negativa ficou a dever-se às fortes quebras observadas nos mercados espanhol, português, italiano e grego e a descidas mais moderadas noutros países europeus.
Em nota positiva neste mercado estiveram as câmaras digitais Reflex e por arrastamento acessórios como as lentes intermutáveis e os tripés.
Em terreno ainda mais negativo que a fotografia, o equipamento de escritório e os consumíveis caíram sete por cento, para os 3,9 mil milhões de euros. Neste mercado, todos os países exibiram tendências negativas, mas a extensão dos declínios foi variável. Enquanto na Alemanha e na Áustria a descida foi apenas ligeira, os países do Mediterrâneo caíram dois dígitos.
Ao nível dos produtos, as impressoras laser tiveram uma forte procura, que não se reflectiu, no entanto, na sua facturação. A par das condições económicas instáveis de muitos países, muitos produtos viram o seu preço cair. Em sentido inverso, o mercado dos produtos multifuncionais laser a cores conseguiu crescer dois dígitos no segundo trimestre. Já os consumíveis, tinteiros e toners sofreram todos perdas.
A rainha das tendências negativas foi contudo a electrónica de consumo, que perdeu, em termos homólogos, 21,7 por cento. Olhando para 2010, a televisão, o grupo de produtos mais importante deste mercado em termos de receitas, claramente beneficiou do Campeonato do Mundo de Futebol. Comparando com os valores de 2009, um ano em que não se realizou nenhum evento desportivo de grande envergadura, a procura por produtos de televisão foi forte.
Apesar da queda generalizada do mercado, foi possível encontrar sinais positivos em quase todos os segmentos. Os consumidores estão a investir mais em LED’s e LCD’s com ecrãs de maiores dimensões. A compra de ecrãs planos ocorre com uma maior regularidade, face aos incentivos oferecidos pela alta definição, pelo 3D e pela conectividade com a Internet.