Notícias
Destaques
Artigos
Banco de imagens
Parceiros
Guia de Marcas
Newsletter
Quem somos
Contactos

PUB
Crise faz o shopper português mudar outra vez
2011-05-12

O shopper português tornou a mudar. Perante um cenário de crise económica e perspectivas pouco animadoras, o consumidor reagiu e mostrou, durante o primeiro trimestre deste ano, um comportamento completamente distinto do do período homólogo de 2010.

Esta é uma das conclusões que se podem retirar dos mais recentes dados da Kantar Worldpanel, referentes ao consumo dos portugueses nos primeiros três meses deste ano. Mais actos de compra (+0,7%) mas menor gasto por visita (-2,2%), um maior consumo de marcas da distribuição (+7,7%) e uma diminuição dos actos de compra no comércio tradicional (-9%) são as principais tendências deste primeiro semestre.

O estudo revela claramente que a falta de confiança e a preocupação com o desemprego fizeram decrescer o consumo de Fast Moving Consumer Goods (FMCG). Segundo Paulo Caldeira, a nível europeu, Portugal é juntamente com a Grécia os únicos países em recessão. Um pouco por todo o mundo as economias estão em recuperação e com crescimentos acelerados.

Mas o consumidor português não se depara apenas com um cenário recessivo. O seu orçamento familiar é também mais esmagado por uma subida generalizada dos preços. Em Portugal, os combustíveis atingiram máximos de 2008, o Food Index da FAO também replica os picos de há três anos, o que vai motivar um aumento do preço dos produtos alimentares no segundo trimestre, e os preços das matérias-primas também estão em crescendo, repetindo igualmente os máximos de 2008.

Perante este cenário e da incerteza relativamente ao que ainda está para vir, a retracção acentou-se neste primeiro trimestre do ano, com uma redução efectiva do consumo em 1,3 por cento em valor (+0,2 por cento há um ano) e em 2,2 por cento em volume (+4,2 por cento há um ano), mas com um aumento de 0,8 por cento no preço final (-3,8 por cento há um ano) dos FMGG. As visitas a centros comerciais continuam em queda, com os portugueses a frequentarem menos 11,2 por cento estes espaços comerciais, um aspecto que influencia sobretudo as compras por impulso.

Não só as cestas se tornaram mais pequenas, como a compra média por acto diminuiu em 2,9 por cento. Para enfrentar a redução dos seus orçamentos, os consumidores portugueses estão a enveredar por três caminhos, por um lado, procurando as promoções, por outro, fazendo a substituição de produtos mais caros por outros mais económicos e ainda comprando mais marcas próprias. A quota de mercado das marcas das empresas de distribuição voltou a subir, crescendo 9,5 por cento para os 37 por cento, uma tendência que deverá continuar até ao final do ano, admite Paulo Caldeira.

Estas marcas também crescem valor, cerca de 7,7 por cento, pois o seu preço médio subiu 3,1 por cento, o que indicia a entrada em novas categorias.

Uma categoria está, contudo, a beneficiar da actual conjuntura. O take away é, neste início de ano, que consegue crescer em volume e valor, com mais 5,5 e 6,4 por cento, respectivamente, uma subida justificada pela Kantar pela necessidade de fazer mais refeições em casa e levar para o emprego.

Distribuição Moderna responsável por 82,4% do gasto efectuado em FMCG

A distribuição moderna foi, no primeiro trimestre, responsável por 82,4 por cento do gasto efectuado em FMCG, representando uma evolução de dois pontos percentuais face ao mesmo período de 2010.

Os dados da Kantar confirmam que a distribuição moderna contraria o actual estado de decréscimo nos FMCG, verificando-se um aumento em valor (1,4%), frequência de compra (3,3%) e preço médio (1,7%). A este respeito, a abertura aos domingos foi positiva, contribuindo com 64 por cento do valor, contrariamente à sexta-feira e sábado que perderam.

Acompanhando a subida das marcas próprias, todos os “players” viram também a quota das suas marcas aumentar. O Lidl passou de 67,2 para 68,4 por cento, em valor, enquanto o Minipreço ganhou mais 1,5 pontos percentuais chegando aos 54,4 por cento. Já Pingo Doce e o “novo” Continente passaram de 42,1 para 44,6 por cento e de 30,9 para 34,6 por cento, respectivamente. O grande salto foi dado pelo Auchan, que passou de 19 para 24,1 por cento.

Banco de imagens

Mercado

L.Branca/PAE

Multimédia

Exclusivos