Marcas da distribuição conquistam mais quota de mercado e estão em todos os lares
Mais consumidores estão a preferir marcas da distribuição, que são opção em 99 por cento dos lares de Portugal Continental e atingiram uma quota de mercado de 31,7 por cento, revela o estudo da AC Nielsen “Marcas próprias – O que diz e faz o consumidor”.
Segundo este relatório, que dá a conhecer números relativos ao impacto económico, vendas e categorias que recolhem a preferência dos consumidores, 80 por cento consideram que as marcas próprias, ou de distribuição, são iguais às marcas de fabricantes e, nos preços em particular, melhores (60%) ou muito melhores (15%). A grande maioria (81%) admite que compara preços das marcas de distribuição (MdD) com as marcas de fabricante para decidir a compra e revela igual confiança (83%). Mesmo comparando com as marcas líderes, 68 por cento dos consumidores diz que as MdD são semelhantes em qualidade.
O preço parece, aliás, ser um dos factores que mais pesam na opção pelas MdD, nomeadamente porque 63 por cento dos consumidores acreditam que estas têm uma muito boa relação qualidade-preço em Portugal. Uma percepção superior à média mundial, que é de 40 por cento.
Quem adquire produtos revela elevado grau de satisfação. 87 por cento dos consumidores estão satisfeitos ou muito satisfeitos e apenas três por cento dizem já ter tido algum tipo de problema ou ter feito uma reclamação.
A procura de preços competitivos é objectivo assumido. Entre os consumidores, 79 por cento admitem alterar hábitos de compra para poupar nas despesas e 69 por cento optar pelas marcas mais baratas. Ainda assim, mais de metade discorda que as MdD sejam para pessoas com pouco dinheiro (59%) ou que se sintam melhor a comprar marcas de fabricantes para a família (55%).
Nos bens de consumo, os preços baixaram em Portugal 0,6 por cento em relação a 2009 e o volume de vendas aumentou, com um crescimento nominal de 1,9 por cento. De acordo com o estudo, as grandes responsáveis pela redução dos preços médios têm sido as MdD, que registaram uma variação anual das vendas em valor de mais 6,2 por cento, fazendo crescer o mercado de bens de grande consumo. Há dois anos consecutivos que as marcas de fabricante têm vindo a perder vendas.
No quadro da conjuntura económica difícil do país, os consumidores portugueses são dos mais pessimistas no mundo, com um índice de confiança de 45, valor porém superior ao registado em 2009. 90 por cento acha que estamos em recessão e 74 por cento que ainda estaremos em final de 2011.