A Comissão Europeia identificou entraves consideráveis nos mercados de seis parceiros económicos estratégicos e propõe acções específicas para os eliminar.
De acordo com Bruxelas, a supressão destes entraves viria não só reforçar como também criar novas oportunidades de exportação e de investimento para as empresas e os cidadãos da Europa. “Não nos basta celebrar acordos no papel”, afirmou o comissário europeu do Comércio, Karel De Gucht. “É preciso garantir que os acordos e as regras comerciais que negociámos com os nossos parceiros sejam efectivamente aplicados na prática.”
O relatório identifica entraves ao acesso aos mercados de seis parceiros económicos estratégicos da União Europeia (UE), nomeadamemte a China, Índia, Rússia, Japão, Mercosul (Brasil/Argentina) e Estados Unidos. No seu conjunto, estes países abrangem 45 por cento do comércio de bens e serviços comerciais da UE e 41 por cento do investimento directo estrangeiro da UE.
Os 21 entraves enumerados cobrem um largo espectro que vai da política de inovação autóctone da China, dos planos da Índia para instituir requisitos de licenciamento onerosos no sector das telecomunicações e das políticas de incentivo à compra de produtos norte-americanos dos EUA às novas regras de investimento estabelecidas pela Rússia. O relatório identifica ainda restrições à exportação de matérias-primas, que afectam as empresas europeias que as incorporam nos seus produtos.
As exportações europeias potencialmente afectadas pelos entraves assinalados no relatório representam cerca de 100 mil milhões de euros. Por seu turno, o valor das importações da UE de matérias-primas potencialmente afectadas ronda os seis mil milhões de euros. Estes valores não equivalem a “perdas comerciais”, mas dão uma ideia dos volumes das trocas comerciais que podem ser afectados pelos entraves e interesses económicos em jogo.