A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que economia portuguesa entre em recessão no início do próximo ano, com um recuo ligeiro do Produto Interno Bruto (PIB), noticia o Jornal de Negócios.
As previsões hoje divulgadas cortam num ponto percentual as projecções para 2011. Em vez de um crescimento de 0,8 por cento, a OCDE antecipa uma ligeira contracção de 0,2 por cento do PIB, o que fará com que o país tenha o segundo pior desempenho no conjunto dos 30 países da organização. Só a Grécia fará pior (- 2,7%), ao passo que Irlanda (+1,5%) e Espanha (+0,9%) regressarão a um trajectória de crescimento.
Ainda assim, as projecções da OCDE são menos pessimistas que as do Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê uma queda de 1,4 por cento no PIB em 2011. Por sua vez, o Banco de Portugal, sem ter em conta o efeito negativo das medidas de austeridade, perspectiva que a economia portuguesa vai estagnar em 2011. Na proposta do Orçamento do Estado, o Governo espera um crescimento de 0,2 por cento no PIB.
A OCDE prevê também que a economia portuguesa encetará uma recuperação, que começará por ser lenta, mas ganhará força em 2012.
Esta recuperação será apoiada nas exportações. Já no terceiro trimestre deste ano a economia portuguesa cresceu 0,4 por cento em cadeia, quando os economistas antecipavam uma queda do PIB, crescimento que foi sustentado pelas exportações.
As previsões da OCDE apontam para uma subida de 6,3 por cento nas vendas de Portugal ao exterior no próximo ano e um aumento de 7,6 por cento em 2012.
Em 2011 as exportações serão o único indicador a puxar pela economia, mas no ano seguinte o consumo privado e o investimento já deverão estar em terreno positivo. As projecções da OCDE apontam para uma queda de 0,7 por cento no consumo privado em 2011 e um crescimento de 0,6 por cento no ano seguinte. Já o investimento deverá contrair 3,5 por cento no próximo ano e crescer 0,5 por cento em 2012.
A OCDE estima ainda que a inflação, devido ao aumento da taxa do IVA, vai subir em 2011 para os 2,3 por cento, face aos 1,4 por cento previstos para este ano, voltando a recuar para 1,3 por cento em 2012.