Segundo os dados divulgados pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), o volume de negócios total das empresas suas associadas cresceu quatro por cento, ultrapassando os 14,8 mil milhões de euros, em 2009, um valor que corresponde a nove por cento do Produto Interno Bruto Nacional.
A APED considera este desempenho, embora inferior ao crescimento de anos anteriores, é significativo, pelo cenário da actual conjuntura económica. Como destacou Luís Reis, presidente da associação, 2009 foi um ano de muito baixa inflação e, no caso da distribuição, verificaram-se mesmo alguns fenómenos de deflação.
O Ranking APED 2009 mostra novamente a Sonae a liderar a tabela das empresas, com um volume de negócios de 5.006 milhões de euros, em 2009, mais cinco por cento que no ano anterior. Considerando apenas o retalho não alimentar, a liderança da Sonae é ainda espelhada pela colocação da Worten novamente no lugar cimeiro, com um crescimento homólogo de oito por cento, para os 703 milhões de euros, consolidando uma posição que vem ocupando há já vários anos.
A segunda posição do ranking não alimentar é novamente ocupada pelo El Corte Inglés, que cresceu um por cento, para os 470 milhões de euros, e a terceira é repetida pela Fnac, que conseguiu um volume de negócios de 339 milhões de euros, mais três por cento que no ano anterior.
O sector alimentar, por sua vez, continua a ser liderado pelo Continente e pelo Modelo, seguido pelo Pingo Doce e pelo Auchan. Neste ano, assistiu-se à quebra do volume de negócios dos discounters Lidl (-2%) e Minipreço (-1%).
Distribuição continua a investir na criação de emprego e abertura de lojas
Num ano marcado pela crise financeira global, a distribuição portuguesa continuou, mesmo assim, a investir na criação de emprego e na abertura de novos pontos de venda. No final de 2009, o total de colaboradores das associadas da APED era de 87.873. De resto, esta dinâmica tem sido a regra do sector, que nos últimos quatro anos criou mais 33.136 postos de trabalho. “Não haverá muitos sectores em Portugal que possam dizer o mesmo, que criam emprego e que procuram que ele seja mais qualificado”, notou Luís Reis na apresentação dia 1 de Outubro, do ranking APED 2009 aos jornalistas, frisando que em 2009 foram gastas pelos associados da APED 3,1 milhões de horas de formação.
Ao longo de 2009, assistiu-se à abertura de 143 novas lojas, tendo o sector fechado o ano com um total de 2.601 mil metros quadrados de área de venda. Apesar deste crescimento, o ritmo de abertura de novas superfícies foi inferior ao dos últimos anos.
Do universo de associados APED, as três insígnias com o maior número de lojas são do formato alimentar (Minipreço, Pingo Doce e Lidl), sendo a Worten a insígnia com mais pontos de venda de formato não alimentar, ocupando o quarto lugar do ranking com 132 lojas.
Para este ano, a APED prevê que os grupos de distribuição mantenham os seus planos de investimento, mas alerta para a fase de maturidade em que o mercado. Questionado sobre se a eventual promulgação da lei que permite a decisão, por parte das autarquias, da abertura das grandes superfícies aos domingos e feriados, Luís Reis sublinhou que este não será um elemento decisivo para que se verifique, nos próximos anos, um crescimento assinalável de pontos de venda com mais de dois mil metros quadrados. “O mercado português já está numa tal fase de maturidade que não é de esperar nem que abram muitas mais lojas, nem que estas aumentem muito. Pode, sim, haver alguns casos de operadores, como a Worten e a Fnac, por exemplo, que hoje se vêem restringidos aos dois mil metros quadrados e que apostem no alargamento dos seus espaços de modo a melhor poderem exprimir o seu conceito junto dos consumidores”.
Leia o desenvolvimento na próxima edição da Rm-Revismarket.