Se já em 2009 os portugueses revelavam que as intenções de poupança eram superiores às intenções de consumo, agora mais certezas existem sobre a necessidade de melhor gerir o orçamento pessoal.
De acordo com o Observador Cetelem, o sentimento de incerteza em relação ao futuro apoderou-se dos portugueses que continuam a revelar uma maior tendência para a contenção de custos, ainda que seja mais visível a vontade de diminuir as despesas (-21 p.p.) do que a de aumentar as poupanças (+2 p.p.). Na realidade, os portugueses retraem-se na hora de consumir ainda que com reduzidas perspectivas de poupança em relação ao ano anterior.
Homens e mulheres possuem formas distintas de gerir o orçamento. Ainda que ambos revelem a intenção de manter o nível de despesas (20%), são os homens que mais se preocupam em aumentar as poupanças.
Quando analisada a classe etária dos consumidores é visível a diferença geracional no que toca à relação despesa versus poupança. É nas classes etárias a partir dos 35 anos que a tendência para a poupança é mais acentuada. Os jovens, se bem que demonstrem intenção de poupar, continuam a revelar maior vontade de consumir.
Em termos geográficos não há dúvida de que é no Norte que a relação despesa/poupança é mais acentuada, situando-se nos oito por cento. Já no Centro e no Sul as intenções de consumo situam-se nos 29 e 28 por cento, respectivamente. No que toca à intenção de aumentar as poupanças, é no Norte que esta tendência é mais acentuada (58%), seguindo-se o Sul (42%) e o Centro (42%).
Em relação à classe social todas elas são unânimes no que se refere às poupanças. Poder-se-á dizer que o poder de compra não é factor preponderante para que surjam diferentes perspectivas no que se refere à intenção de aumentar as poupanças. No entanto, são as classes mais desfavorecidas que menos perspectivas possuem de aumentar as despesas.