A utilização intensiva das tecnologias de informação (TI) pode reduzir a emissão anual de gases de efeito de estufa em 25 por cento já em 2020, por comparação com os níveis de 2006. Esta é uma das principais conclusões de um estudo conduzido pela IDC à escala global.
No estudo “Reducing Greenhouse Gases Through Intense Use of Information and Communication Technology”, a IDC conclui que é possível, até 2020, suprimir a emissão de 5,8 mil milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera. Para este cálculo, a IDC considerou o impacto, no âmbito dos países do G20, da aplicação de um conjunto de 17 tecnologias em quatro áreas de actividade, nomeadamente a distribuição e geração de energia, a construção, os transportes e a indústria, que mostraram maior potencial para reduções significativas.
A área da energia é a que apresenta maior potencial de redução de emissões através da utilização de “redes energéticas inteligentes” (smart grids) para a total integração de fontes de energia renovável altamente distribuídas. Nos restantes sectores, estratégias tecnológicas de desenvolvimento de “edifícios inteligentes”, cadeias logísticas optimizadas e a gestão inteligente de máquinas industriais poderão originar poupanças substanciais na emissão de gases de efeito de estufa.
A própria indústria das TI deverá dar o seu contributo através do aumento da eficiência energética de infra-estruturas informáticas ,como os centros de dados, e de comunicações e de uma abordagem mais consistente às questões da reciclagem, gestão de resíduos e reaproveitamento de equipamentos existentes.
Para apresentar este estudo na Conferência IDC “Energy ICT Fórum”, estará em Lisboa, no próximo dia 25 de Maio, Roberta Bigliani, IDC EMEA Research Director e co-autora do relatório, que também apresenta um Índice de Sustentabilidade que classifica as maiores potências económicas mundiais e respectivo tecido económico pela sofisticação tecnológica no combate ao aquecimento global.
Este evento, que contará com a intervenção, na sessão de abertura, de Carlos Zorrinho, secretário de Estado da Energia e Inovação, deverá reunir os executivos do sector da energia para debater o papel das energias renováveis e das tecnologias de informação no actual contexto, em que a Agência Internacional de Energia projecta para 2030 um consumo global de energia 50 por cento superior ao actual.
Intervenções de empresas líderes na inovação nestas áreas, bem como a apresentação de estudos de caso nacionais, contribuirão para uma perspectiva realista do potencial de uma abordagem tecnológica à redução da emissão de gases e ao combate ao aquecimento global.