Mais do que consumir menos, a vontade dos europeus é de consumir mais. Quem o afirma é Flavien Neuvy, responsável pelo estudo “Observatoire Cetelem 2010”.

De acordo com o inquérito, conduzido em 12 países, 53 por cento dos europeus pensam aumentar as suas despesas nos próximos 12 meses.

Contudo, apesar de uma ligeira melhoria da moral dos europeus, a euforia consumista já não faz parte da actualidade. 64 por cento das pessoas interrogadas consideram que a crise actual vai mudar doravante a sua forma de consumir. Pela primeira vez em dez anos, as intenções de poupança são superiores às de consumo em quatro países europeus, nomeadamente em Portugal, em Espanha, em França e em Itália.

Os dados do estudo deste ano mostram que os europeus estão a privilegiar viver melhor. A consciência ambiental tem um impacto profundo nos hábitos de consumo, conjugando o bem-estar e a cidadania. Quatro em cada dez europeus declaram consumir mais frequentemente produtos biológicos e de comércio justo.

O mercado de ocasião, a oferta "low-cost" e a Internet impuseram-se como alternativas para os consumidores conseguirem uma boa relação qualidade-preço. 29 por cento dos inquiridos dizem-se mesmo preparados para comprar online o seu mobiliário.

Um bom indicador para o sector, por toda a Europa o equipamento para a casa é uma prioridade. A crise obrigou os consumidores a centrarem-se mais sobre si mesmos, o que tem favorecido as intenções de compra de produtos para a casa, entendida como o derradeiro refúgio em época de crise.