O Grupo PPR, dono da Fnac e da Conforama, melhorou sensivelmente a sua performance comercial no quarto trimestre de 2009, com as vendas a caírem a um ritmo mais lento que no resto do ano, cerca de 2,3 por cento em termos comparáveis e 3,2 por cento em termos reais.
Os últimos três meses do ano foram marcados nomeadamente por uma melhoria que o grupo considera de notável na Conforama, que estabilizou as suas vendas face ao período homólogo de 2008, totalizando 848,8 milhões de euros, e conseguiu mesmo ganhos de quota no mercado francês. Já as vendas da Fnac cresceram 0,8 por cento em termos reais (0,4 por cento numa base comparável), atingindo os 1.556,6 milhões de euros.
Num ambiente mundial “muito degradado”, o Grupo PPR conseguiu, assim, em 2009, “resultados particularmente remarcáveis”, declara François-Henri Pinault, presidente e director geral do grupo, acrescentando que foram cumpridos os objectivos de rentabilidade. “Os planos de reconfiguração e de dinamização comercial das nossas marcas e insígnias produziram efeito ao longo do ano e iremos continuar a beneficiar, em 2010, dos seus efeitos positivos”.
Para o exercício de 2009, o PPR reportou um volume de negócios de 16.524,6 milhões de euros, o que representa uma queda de 5,6 por cento em termos comparáveis e de quatro por cento em termos reais, relativamente ao ano anterior. Na Conforama, as vendas caíram 7,6 por cento (7,9 por cento numa base comparável), situando-se nos 2.928 milhões de euros, enquanto as da Fnac regrediram, em termos reais, 1,8 por cento (1,9 por cento numa base comparável), para os 4.375,1 milhões de euros.
Nesta insígnia, o negócio a nível internacional continua com valores positivos, tendo crescido dois por cento, impulsionado pelos desempenhos do mercado português, belga e brasileiro. A Internet representa já oito por cento do volume de negócios, tendo subido 28 por cento no quarto trimestre. É ainda de assinalar que 53 por cento do volume de negócios da Fnac diz respeito aos produtos técnicos, que em 2009 apresentaram um decréscimo de 3,3 por cento.
Por seu turno, na Conforama, é de notar o crescimento de 3,3 por cento no mercado doméstico, onde o negócio do móvel (+2%) e dos produtos electrónicos e electrodomésticos (+1%) regressou aos valores positivos. A nível internacional, é de destacar a melhoria da actividade na Suíça (+11%) e na Península Ibérica (+8%).
De resto, o peso da actividade internacional no seio do grupocontinua a crescer e já representa perto de 57 por cento do total do volume de negócios do PPR. Na mesma medida, em 2009, o volume dos negócios realizados com base na Internet elevou-se a dois mil milhões de euros, a que correspondem 12 por cento das vendas totais.
Com um resultado operacional corrente de mais de 1.383 milhões de euros, o PPR conseguiu, no ano passado, manter a sua margem operacional nos 8,4 por cento. Esta performance deveu-se, particularmente, ao crescimento do resultado operacional corrente de 5,7 por cento na Conforama, de 1,3 por cento na Fnac e de 0,1 por cento na Redcats.
A abordagem a 2010 será agora feita de uma forma determinada e confiança. François-Henri Pinault garante que o grupo vai manter os seus esforços de gestão e iniciar uma “verdadeira ofensiva comercial”. Um dos eixos principais da estratégia assentará no negócio da Internet.
Relativamente à intenção de vendar as insígnias de grande consumo, Fnac, Conforama e Redcats, para se centrar no mercado de luxo, o presidente do PPR assegurou que não está no horizonte de curto prazo. Tal como as restantes actividades do grupo, estas insígnias vão este ano beneficiar de um aumento do investimento.