Vasco Mello, presidente da União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), considera que a inclusão do comércio numa secretaria de Estado que também tutela a defesa dos consumidores não defende os melhores interesses do sector, porque congrega matérias com "interesses opostos e inconciliáveis".
Em conferência de imprensa realizada na passada terça-feira, dia 26 de Janeiro, para a apresentação dos resultados do inquérito de conjuntura realizado pela UACS junto dos retalhistas, Vasco Mello defendeu que, pelo peso que o sector comércio tem na economia e na criação e manutenção de postos de trabalho, deveria haver, na orgânica do governo, uma entidade que lhe fosse exclusivamente dedicada.
O presidente da UACS não compreende mesmo a razão pela qual o sector da agricultura e indústria tem um Ministério e o do comércio e serviços não, “ficando relegado como se fosse o parente pobre, quando representa 30 a 40 por cento da actividade económica do país”.
Vasco Mello foi ainda mais longe ao sugerir que "o comércio não tem uma secretaria de Estado já que a única defesa que a tutela do sector faz é a dos interesses do consumidor”, advogou, criticando a actuação da secretaria titulada por Fernando Serrasqueiro. O presidente da UACS avançou ainda que os comerciantes se sentem discriminados relativamente à grande distribuição que, segundo sublinha, “pode representar muito mas não a grande parte do emprego nesta actividade”.