A Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços (FEPCES) admite retirar o pré-aviso de greve marcada para dia 24, se as empresas de distribuição também desistirem do aumento de horas de trabalho flexível de 50 para 60 horas semanais, noticia o Público.
Em resposta, a Associação das Empresas de Distribuição (APED), relembrou que já estava marcada uma reunião para a próxima segunda-feira, dia 21 de Dezembro, para discutir a revisão do contrato colectivo de trabalho e que será nesse contexto que se procederá à discussão da proposta. "Os sindicatos não são obrigados a aceitar", disse ao Público José António Rousseau, director geral da APED, acrescentando que a associação vai "apreciar" os argumentos dos trabalhadores.
Um outro sindicato afecto à UGT, o Sindicato dos Trabalhadores de Escritório, Comércio, Hotelaria e Serviços (SITESE), veio entretanto demarcar-se da paralisação convocada pela FEPCES para o dia 24, justificando que o emprego dos sindicalizados é a sua maior preocupação, e recusar a participação na reunião de dia 21, argumentando questões de agenda. "Não me quero pronunciar sobre o CESP, mas este não é o momento oportuno para uma greve. Não vamos aderir por isso", afirmou à Lusa Amadeu Pinto, dirigente do SITESE.
De acordo com o Público, a negociação entre sindicatos e empresas de distribuição decorre há cerca de um mês, esperando-se que esteja terminada em Fevereiro próximo. Em cima da mesa, a par da questão dos horários, estão também os aumentos salariais de 2009 e 2010, fixados em um por cento acumulado. Sobre o aumento de horas de trabalho flexível, de 50 para 60 semanais, Amadeu Pinto disse também ao Público que, "em princípio", não será aceite pela UGT, lembrando, no entanto, que o SITESE não se escusa a ouvir a outra parte. "Se não aceitarmos, só será depois de estar esgotado o processo negocial directo”.
O Público refere ainda que APED também já admitiu que está "tudo em aberto".