Ao longo do primeiro semestre, foram registados 2.360 novos processos de insolvência em Portugal. Esta é uma das conclusões da Área de Administração de Riscos da Crédito y Caución, que acompanha de perto as insolvências judiciais publicadas em Diário da República.
Os dados assinalam um crescimento dos níveis de insolvência, com um aumento acumulado de 29,4 por cento no mês de Junho, em relação ao mesmo período de 2008.
O sector dos serviços converteu-se no primeiro gerador de insolvências judiciais com 33 por cento do total, após ter triplicado os níveis de insolvência em relação a 2008. O sector da construção, com 14,5 por cento dos processos, tem um comportamento significativamente mais estável e. ao longo de 2009, os níveis de insolvência aumentaram apenas 11 por cento. O sector têxtil é o terceiro a gerar insolvências judiciais em Portugal, com 11,3 por cento do total, se bem que a evolução ao longo de 2009 não demonstra uma tendência clara.
“Tendo em conta a nossa experiência e conhecimento do mercado, quando as empresas estão em processos de insolvência a recuperação média das dívidas é da ordem dos cinco por cento, daí que a protecção da conta de clientes deva ser sempre um imperativo da gestão de créditos, mais ainda nas actuais circunstâncias de mercado”, refere Paulo Morais, director da Crédito y Caución para Portugal e Brasil.
Neste contexto, em que os níveis de morosidade entre empresas e de insolvência cresceram significativamente, as empresas estão a reforçar os sistemas de selecção de clientes para minimizar riscos de incumprimento e a dedicar recursos internos e externos aos processos de cobranças. Com este cenário, muitas empresas estão a optar pelo seguro de crédito, que além de funcionar como fórmula integral que abrange aqueles dois processos, pressupõe também o pagamento das indemnizações derivadas dos incumprimentos verificados no âmbito do próprio seguro e que, em muitas situações, supõem uma garantia de continuidade da actividade normal das empresas.