Apesar do poder de compra estar em baixa, o desejo de comprar mantém-se intacto entre os consumidores europeus. A solução passa por saber comprar, pelo novos comportamentos de compra surgem pouco a pouco, como soluções eficazes para consumir mais. No entanto, os consumidores continuam a não abdicar da segurança e qualidade em determinados produtos.
De acordo com o Observador Cetelem, o consumo astucioso passa pela pesquisa do preço mais baixo, mas não em todos os produtos. Quase 70 por cento dos europeus afirmam que o preço ocupa o primeiro lugar nos critérios de escolha aquando da compra de um produto de bricolage (70%), de viagens-lazer (69%), de produtos culturais (69%) ou de vestuário (68%). Já a procura do melhor preço na compra de produtos alimentares e nos equipamentos electrónicos e nos automóveis é ponderada por, respectivamente 59 e 58 por cento dos inquiridos.
Estas percentagens continuam a ser significativas mas, comparativamente com os produtos mais referidos na procura do preço baixo, a distância é suficientemente acentuada. Por detrás destes comportamentos esconde-se a ideia de que “low-cost” ainda rima com qualidade reduzida ou com pouca segurança. O consumidor europeu revela-se menos exigente na qualidade do material de bricolage comprado e está também disposto a aceitar uma menor qualidade de serviços nas suas viagens ou lazer. Pelo contrário, o critério do preço perde importância quando se trata de adquirir produtos ou bens nos quais procura um mínimo de segurança e de qualidade, como é o caso da alimentação e dos bens de consumo duradouros, como material electrónico e os electrodomésticos.
À excepção dos produtos culturais, onde os portugueses estão em linha com a média europeia, a proporção de portugueses a referir o preço baixo como principal critério de decisão é superior à média europeia, em todos os produtos analisados. Assim, na bricolage, 82 por cento dos consumidores portugueses procuram o preço mais baixo. Já nos equipamentos electrónicos e nos electrodomésticos, este é ponderado por, respectivamente, 69 e 69 por cento dos portugueses.