Apesar da queda no volume total de investimento em retalho em 2008, com a manutenção de condições de financiamento significativamente adversas, registaram-se ainda grandes transacções envolvendo imóveis de retalho, segundo a CB Richard Ellis, demonstrando que os bons activos imobiliários têm sempre comprador e conseguem financiamento.
De facto, é notório que sempre que activos prime de retalho vêm para o mercado, os investidores arranjam maneira de concretizar o negócio, dado que dificilmente teriam oportunidade de adquirir este tipo de imóveis em condições de mercado mais robustas. Há mesmo razões para acreditar que os activos de retalho de qualidade vão ter um melhor desempenho que outro tipos de imóveis no contexto da actual recessão, uma vez que os imóveis de comércio, particularmente os prime, têm registado taxas de disponibilidade mais baixas do que outros sectores imobiliários em climas económicos mais recessivos, tornando-os activos mais seguros.
Apesar do investimento europeu em retalho ter registado um decréscimo de 45 por cento, em 2008, em linha com outros segmentos do mercado imobiliário, as aquisições “cross-border” em comércio foram significativas, representando mais de 50 por cento do total do investimento no sector. O mercado dos centros comerciais manteve a sua elevada natureza internacional, com 66 por cento das transacções efectuadas por compradores estrangeiros e um ligeiro aumento face aos 64 por cento registados em 2007, contrastando com o decréscimo registado nas transacções de retalho como um todo, com o peso das aquisições “cross-border” a cair de 56 para 51 por cento.
Em termos de nacionalidade, o Reino Unido, a França, a Holanda e os EUA foram os países com investidores mais activos em imobiliário de retalho em 2008, totalizando 56 por cento de todos os negócios internacionais de comércio concretizados. A variação mais significativa no ranking do ano passado dos investidores mais internacionais foi a reduzida actividade dos irlandeses, os quais foram substituídos pelos franceses que, de 1,2 mil milhões de euros de aquisições em imóveis de retalho em 2007, aumentaram para 2,7 mil milhões de euros em 2008.
Apesar do decréscimo global no valor total do investimento em retalho na Europa, houve ainda alguns países onde a actividade de investimento neste segmento aumentou em termos anuais. Foram os casos da Rússia, Dinamarca e Holanda, os quais registaram aumentos, em termos de valor, superiores a 70 por cento.