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Redução de 8% nas trocas comerciais no primeiro semestre
2011-09-13

Os impactos provocados pelo sismo e pelo tsunami no Japão continuam a afectar, globalmente, as trocas comerciais. Segundo a última edição do Global Trade Flow Index da Capgemini Consulting, houve um declínio significativo nos fluxos do comércio a nível global durante o segundo trimestre, ao ritmo de mais um por cento de trimestre para trimestre, levando a uma redução de oito por cento no volume total do comércio global no primeiro semestre. O relatório destaca também o impacto do recente surto de E.coli na Europa nos fluxos do comércio global.

A análise revela que, apesar de fortemente impactados pela redução da produção industrial e pelo aumento dos preços das matérias-primas, os EUA continuaram a liderar no volume de trocas comerciais à escala mundial, não obstante a redução de dois por cento registada no volume total das trocas comerciais durante o segundo trimestre.

No Japão, as trocas comerciais sofreram um decréscimo de dois por cento neste período, devido à queda de seis por cento registada na produção industrial de trimestre para trimestre. Esta disrupção na produção de bens utilizados nos sectores da electrónica, construção automóvel e naval, que se registou no norte do Japão, provocou uma diminuição da produção em vários sectores e mercados. Nos EUA, por exemplo, a produção de automóveis registou uma queda de 10 por cento durante o segundo trimestre, devido à escassez de micro-controladores. O Reino Unido, o Canadá, a França e a Austrália também registaram uma diminuição nos fluxos das trocas comerciais de trimestre para trimestre. Nestes países, os volumes das importações diminuíram dois a três por cento como consequência da redução da produção industrial no Japão. A China, por ser um dos maiores exportadores de bens, foi menos afectada pelas repercussões do sismo do Japão e registou níveis baixos de crescimento sustentado (0,7 por cento de trimestre para trimestre) durante o segundo trimestre.

Na Europa, o volume das trocas comerciais registou um declínio de quatro por cento em virtude da redução das exportações do sector agrícola, que se confrontou com perdas de 2,5 mil milhões de euros por semana, alcançando um valor total de 20 mil milhões de euros no final trimestre, após o surto de E.coli registado em Maio. A Espanha, a Holanda, a Alemanha, a Bélgica e Portugal foram os mercados mais afectados na Europa. Como resultado da diminuição das exportações agrícolas, a Espanha registou perdas de mais de 200 milhões de euros por semana durante este período. A Áustria, a República Checa, a França, a Noruega, a Polónia, a Suécia e o Reino Unido foram outros países fortemente afectados pela crise gerada pelo surto de E.coli. Adicionalmente, os pequenos países da zona Euro, tais como a Áustria e a Bélgica, continuaram a debater-se com as elevadas taxas de desemprego e os desafios colocados pelas dívidas soberanas, enquanto os países de maior dimensão, como a França, a Alemanha, a Itália e a Espanha, se confrontaram com o aumento da inflação, que também afectou o crescimento das trocas comerciais no continente europeu.

Prevê-se que durante o terceiro trimestre o fluxo das trocas comerciais em todo o mundo venha a retomar os ritmos de crescimento, à medida que os níveis de exportação e importação japoneses forem recuperando. No entanto, a situação de instabilidade que se vive na Europa, com as crises das dívidas soberanas a ameaçarem a zona Euro e os efeitos negativos do surto do E.coli a fazerem-se ainda sentir nas exportações agrícolas, pode representar um elevado factor de risco a qualquer crescimento esperado no comércio mundial. A repercussão dos efeitos da Primavera Árabe e da agitação que se faz sentir no Médio Oriente e no Norte de África (MENA) na subida dos preços do petróleo são outros factores que poderão afectar as perspectivas do crescimento económico mundial, ao mesmo tempo que os desequilíbrios fiscais nos EUA ameaçam criar uma nova fase de instabilidade nos mercados financeiros.


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L.Branca/PAE

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