Dicas de vendas tão simples mas que são pouco usadas em Portugal... porquê?
No final de Março, tirei uns dias de férias para visitar Nova Iorque pela primeira vez. Esta experiência levou-me a ter a ousadia de escrever uma coluna de opinião em meu nome, pela primeira vez desde que trabalho em comunicação. Não é certamente para falar das férias, mas sim para partilhar convosco algumas experiências que vivenciei ao nível do comércio e da qualidade do atendimento, devido à sua simplicidade e eficácia. Pequenas coisas que me deixaram tão agradavelmente surpreendida e que são simplíssimas mas fazem toda a diferença.
1. Acção/promoção do dia ou da semana
Nas muitas lojas que visitei, encontrei um denominador comum, a promoção do dia. Todos os dias, as várias lojas têm um produto, uma gama ou uma iniciativa que se destaca comercialmente. Não 30.000 promoções ou oportunidades que desviam a atenção (e muitas vezes baralham o consumidor), como encontramos em muitas das nossas lojas, mas sim uma acção na qual todos os colaboradores da loja apostam nesse mesmo dia e que o consumidor considera como uma oportunidade (no limite da semana) e o leva a equacionar a compra por impulso.
2. A recepção ao consumidor como ponto de interacção
Não houve uma única loja onde não encontrasse um colaborador à porta a dar os bons dias a quem entra e a informar imediatamente a “oportunidade do dia” e oferecer ajuda ou simplesmente um cesto para as compras. Esse colaborador nalguns casos era mesmo o segurança (muitos viam-se que eram externos ao ponto de venda) que, em vez de andar a passear com ar de desconfiado, endereçava um sorriso simpático e fazia esse trabalho. Esta pequena dica passa apenas pela distribuição da função a um dos funcionários que muitas vezes estão na loja sem nada para fazer, não requer nenhuma pessoa extra mas sim a reorganização e preparação/formação do pessoal que está a trabalhar.
3. Colaboradores disponíveis e sorriso, sorriso, sorriso
Após passar pelo primeiro colaborador que nos cumprimenta e que eventualmente nos pode acompanhar pela loja (mas que na maioria dos casos “passa” o consumidor a outro colega), o consumidor não
é pressionado pela presença dos outros “vendedores”. Mas eles estão atentos e próximos (fisicamente) o suficiente para perceberem o interesse e ajudar a venda ao cliente. Uma norma usual, que também já se encontra muito mas que nunca é demais relembrar, é que o colaborador que está com o cliente o acompanha em todo o seu percurso, inclusive à caixa e depois à porta. Não é nada de especial mas sabe muito bem... falando como consumidora claro. E obviamente um, dois, três sorrisos. Colaboradores simpáticos e bem dispostos, tão simplesmente simples mas tantas vezes esquecido...
4.Cabelos brancos são bem-vistos
Por fim, um dado curioso foi o misto de idades dos colaboradores das lojas (principalmente os que recebem os clientes à porta). Encontrei muitas pessoas já com idades avançadas, simpáticas, que exibem orgulhosamente os seus cabelos brancos e as suas rugas e que utilizam a calma e a sabedoria adquirida pela vida como ferramentas de interacção e confiança para o consumidor, algo que, confesso, não estou habituada no nosso país e que gostei particularmente. Estas pequenas dicas não são nada demais mas fizeram toda a diferença nas várias experiências de compra (e foram muitas, o meu cartão de crédito que o diga...) que vivenciei. Por isso, resolvi partilhá-las neste texto, porque considero que podem ser úteis para quem as leia. Não sendo uma “expert” nesta matéria, acredito que algumas destas ideias são viáveis e fazíveis para todos os que as queiram implementar. Se der uma única ideia a uma única pessoa, já terá valido a pena e, como diria a minha avó, se bem não faz, mal não fará certamente...
Bons negócios a todos.
Leia o artigo na edição 47