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Incobráveis + atrasos nos pagamentos = falências
2011-06-21

No ano passado, registaram-se em Portugal mais de 6.500 novos processos de insolvência, mais 31 por cento que em 2009. O sector dos electrodomésticos não está entre os mais penalizados, mas as perspectivas para 2011 não são as mais animadoras. As estimativas para Portugal é que o número de processos de insolvência suba este ano, entre cinco e dez por cento, e o comportamento esperado para o sector será similar. Os dados indicam que na origem de grande parte dos processos de falência estão situações de atrasos nos pagamentos, que afectam negativamente a liquidez das empresas, cada vez mais penalizadas no acesso ao crédito. Só em Portugal, o número de facturas dadas como incobráveis aumentou 14 por cento. Um valor que se espera mais elevado no cômputo final deste ano, dado que as medidas contidas no Memorando assinado com a Troika deverão afectar ainda mais o bolso dos consumidores e a tesouraria das empresas. Neste momento, o valor dos incobráveis em Portugal já atinge os cinco mil milhões de euros.

De acordo com os dados do Ministério da Justiça, nos últimos três anos houve 112.709 dissoluções de empresas. Destas, perto de 60 por cento resultaram de liquidação oficiosa, um procedimento inscrito no Simplex levado a cabo quando as sociedades deixam de cumprir obrigações, como a redenominação do capital social para euros ou a apresentação da declaração de IRC. As restantes 46.516 dissoluções inserem-se no grupo das extinções que normalmente ocorrem quando, por exemplo, as empresas entram em falência. Calculando o número de empresas criadas e as extinções, entre 2008 e 2010, o saldo foi negativo, resultando na perda de 18.679 sociedades.

Durante o ano de 2010, registaram-se em Portugal mais de 6.500 novos processos de insolvência, o que traduz um crescimento de 31 por cento em relação a 2009. Só no último trimestre do ano passado, a Crédito y Caución (CYC), que acompanha os processos publicados em Diário da República, contabilizou 1.775 novos casos, o que representa um ligeiro aumento de três por cento face ao trimestre anterior.

(...)

“As nossas previsões para Portugal como país apontam para um aumento das insolvências entre cinco e 10 por cento em 2011 e, neste cenário, o comportamento esperado para o sector dos electrodomésticos será muito similar. Aliás, trata-se do único mercado europeu relevante onde a Crédito y Caución não prevê melhorias no que respeita aos níveis de insolvência durante o ano de 2011”.

Os primeiros dados disponíveis sobre o corrente ano confirmam de resto esta tendência. O estudo da Coface relativo ao primeiro trimestre contabiliza 1.556 insolvências publicadas em Diário da República, mais 9,7 por cento que no período homólogo de 2010. No sector do comércio a retalho, o número de processos cresceu 33,7 por cento, para 218, enquanto o comércio por grosso somou mais 1,4 por cento, para 59. Globalmente, os distritos mais afectados nestes primeiros três meses foram os de Leiria (+73,2%), Setúbal (+61,7%), Faro (+91,3%), Madeira (+53,8%) e Castelo Branco (+52,6%).

A perda de empresas é, na opinião de António Saraiva, uma dolorosa realidade que resulta de múltiplos factores, entre os quais a falta de crescimento económico e uma estratégia da União Europeia para se adaptar ao fenómeno da globalização. Em declarações recentemente feitas ao jornal “Público”, o presidente da CIP destacou o facto do tecido empresarial português estar a ser muito penalizado pelos aumentos das matérias-primas e dos custos unitários do trabalho, referindo que as empresas não estavam preparadas para as mudanças que ocorreram nos últimos anos e que ficaram ainda mais fragilizadas com as dificuldades no acesso ao crédito.

Nesta medida, existem vários cuidados que as empresas devem tomar para evitar situações desconfortáveis ou até mesmo perigosas.

Conheça as medidas a tomar na próxima edição impressa da Rm-Revismarket que chegará até ao final de Junho.


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L.Branca/PAE

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