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E se a economia espirrar?
2009-09-29

Mais do que espirros ou dificuldades respiratórias, a gripe A está provavelmente a causar alguns “ataques de nervos” aos economistas, que ainda não perceberam qual será o seu verdadeiro impacto na economia e se será motivo suficiente para nos fazer mergulhar por mais tempo num clima de recessão. Para já, o custo económico da gripe está a ser marginal, na ordem dos 0,002 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, segundo um estudo da Natixis. Mas a história mundial já mostrou, por várias vezes, que as doenças não necessitam de se manifestar a uma grande escala nem de ter uma grande virulência para terem impacto nas economias. Com o Outono à porta no hemisfério Norte, o efeito de uma segunda vaga de gripe poderá ser bem maior do que o até agora ocorrido, porque coincidirá com o momento em que as várias economias começam a sair da crise e com a forte época de vendas que é o Natal.

Os governos já se precaveram para o pior dos cenários, preferindo prevenir do que remediar. Mais que não seja, porque é no hemisfério Norte que se concentra 90 por cento da população mundial, pelo que o mais modesto recuo da actividade poderá ter efeitos dramáticos numa economia mundial que se prepara agora para algum alívio da recessão. A confirmar-se um cenário de pandemia e a avaliar pelos exemplos do passado, as empresas ver-se-ão confrontadas com a ausência dos colaboradores que ficarem doentes ou que terão de permanecer em casa para cuidar dos familiares. Nas pequenas e médias empresas, a situação poderá ser particularmente aguda, visto que poderão não ter funcionários suficientes para compensar os que terão de ficar em casa e sofrer uma baixa da sua actividade e quebras na produção.

Vários estudos recentes sobre o impacto de uma pandemia de gripe A na economia têm vindo a ser publicados, mas ainda está tudo no campo das projecções de cenários. Sabe-se, no entanto, que no México, o primeiro país a ser fortemente atingido pela doença, se registou uma queda de 10,3 por cento no segundo trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2008, que representa a maior retracção em quase três décadas. O comércio sofreu uma descida acentuada de 20,9 por cento.

Um estudo da Deloitte, em colaboração com a Intelligent Life Solutions, já contabilizou alguns dos possíveis custos da pandemia para o nosso país. De acordo com a projecção, o absentismo laboral motivado pela infecção com o H1N1 poderá originar uma redução do PIB nacional entre 0,3 e 0,45 por cento, um valor que pode oscilar entre os 490 e os 740 milhões de euros. Os custos para o Estado estão estimados entre 330 a 500 milhões de euros, considerando as perdas de IRS, contribuições para a Segurança Social e subsídio de doença. Na opinião de Pedro Simões de Almeida, “partner” da Deloitte, os grandes prejudicados serão as pequenas e médias empresas, dado que se trata de uma crise que incide principalmente nas pessoas e não nas infra-estruturas.

Do lado dos empresários já se levantaram vozes de receio, de que a gripe acelere as falências. A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal estima que milhares de estabelecimentos fechem temporariamente as portas, como consequência de um pico de pandemia.

Leia o desenvolvimento na próxima edição impressa da Rm-Revismarket.

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L.Branca/PAE

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