25 por cento dos consumidores portugueses admitem poder vir a adquirir equipamentos para a produção de energia renovável nos próximos 12 meses e, em média, estão dispostos a investir cerca de 3.500 euros. As preocupações com o ambiente, a redução da despesa mensal com a electricidade e a possibilidade de rentabilizar o investimento através da venda da energia excedentária são, segundo o estudo O Observador Cetelem, os principais motivos para a compra do equipamento. Contudo, o facto destes equipamentos serem ainda caros e de muitas habitações não terem condições para a sua instalação podem ser um entrave a uma maior adesão por parte dos consumidores.
Portugal é um dos países europeus com condições mais favoráveis para a utilização de energias renováveis, mas apresenta a taxa de eficiência energética mais baixa da União Europeia. Actualmente, Portugal produz apenas dez por cento da energia que consome, apesar das directivas comunitárias imporem que, em 2010, pelo menos 39 por cento da electricidade produzida no país provenha de fontes renováveis. O cumprimento das metas negociadas por Portugal no âmbito do Protocolo de Quioto determinam um aumento máximo de 27 por cento na emissão de gases com efeito estufa, no período 2008-2012. E, aos imperativos de ordem ambiental, juntam-se os de âmbito económico, ou não fossem as quase diárias notícias de subida dos preços do barril de petróleo. Se 90 por cento da energia consumida em Portugal provém de fontes fósseis, 71 por cento desta tem origem no petróleo.
Os consumidores estão, contudo, receptivos para com as energias limpas, mais amigas do ambiente, obtidas através de fontes naturais e capazes de se regenerarem. Cerca de 25 por cento dos inquiridos pel’O Observador Cetelem admitem mesmo poder vir a adquirir equipamento de produção de energia renovável nos próximos 12 meses, motivados pelas preocupações com o ambiente (40%), mas também pela redução na despesa mensal com a electricidade (37%) e pela possibilidade de rentabilização do investimento através da microgeração, ou seja, a venda de energia excedentária (14%). Em média, pretendem investir cerca de 3.500 euros, sendo os painéis fotovoltaicos o equipamento mais referido (71%). Mais, de metade dos inquiridos (51%), contudo, não abrem assim tanto os cordões à bolsa, tendo como limite os mil euros para a aquisição do equipamento.
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Intenções de compra (%):
Comprarei de certeza: 1,4
Talvez compre: 2,1
Depende: 22
Não comprarei: 19,8
Não comprarei de certeza: 54,8
Razões que justificam a intenção de aquisição (%):
Preocupações com o ambiente: 40
Permite uma redução na despesa mensal da electricidade: 37,1
Poder rentabilizar o investimento através da venda de energia excedentária: 14,3
Os benefícios fiscais existentes na compra de equipamento para produção de energia: 11,4
A habitação possui condições para a instalação: 8,6
Questões de segurança: 8,6
Redução dos custos com as energias: 8,6
Torna-se mais económico: 5,7
Outras: 8,6
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