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Preparados para as vendas de televisores em época de Mundial?
2010-04-20

Com o Campeonato do Mundo de Futebol no horizonte, prevê-se, este ano, um recorde de vendas na Europa para os televisores de última geração. Em ano de introdução de novas e importantes tecnologias na área da televisão, estão assim reunidas todas as condições para que, tal como aconteceu nos campeonatos anteriores, o consumidor tenha uma boa desculpa para investir num televisor de valor acrescentado, que lhe permita assistir aos jogos de Portugal com a melhor qualidade possível.

E as lojas e marcas estão preparadas para esta situação?

Como e o que prepararam para esta oportunidade de negócio?

O desporto move paixões e, para os portugueses, o futebol é rei. Liderando audiências televisivas, o futebol ocupou sete posições entre os dez programas mais vistos pelos portugueses em 2009, segundo uma pesquisa da Initiative, num ano que até nem teve um grande evento futebolístico.

Milhões de espectadores significam milhões de televisores. “Normalmente, os grandes eventos desportivos têm índices de audiência muito significativos, o que tende a fazer aumentar a venda de televisores”, analisa Susana Santos, chefe do departamento de Relações Externas do El Corte Inglés. E, num ano com um momento tão importante como o Mundial da África do Sul, é expectável que os adeptos mais fervorosos invistam num novo equipamento, que lhes permita assistir aos jogos com a melhor qualidade possível, no conforto das suas casas, rodeados de amigos e familiares e com uma bebida fresca na mão.

“Os clientes que gostam de futebol, por exemplo, apostam sempre em artigos com uma elevada qualidade de imagem, que lhes proporcionem bons momentos de diversão. É natural que optem por adquirir um artigo de qualidade, a um preço baixo, sobretudo se for um daqueles clientes que irá acompanhar os jogos das selecções”, constata o departamento de Marketing da Worten.

Estes cenários são traçados com base no comportamento do consumidor no passado e confirmados pelas empresas que acederam ao convite da Revismarket para dar o seu testemunho sobre este tema. “Os nossos já longos anos ligados a este sector dizem-nos que, efectivamente, as vendas disparam sempre, ou pelo menos têm disparado, nessas alturas”, confirma António Alves, gerente da Telereparadora.

Vários estudos de mercado confirmam de resto a percepção dos profissionais inquiridos pela Revismarket sobre o impacto directo entre este tipo de eventos desportivos na venda de televisores. Analisando os dados de “sell-out” em 2008, ano do último Europeu, a GfK encontrou uma forte correlação entre as vendas e este evento, já que todos os países participantes experimentaram um forte crescimento. Entre 1 de Janeiro e 29 de Junho, foram comercializados, segundo a GfK Portugal, 161.917 LCD’s e plasmas. As vendas cresceram até ao início do Euro, atingindo um pico nas três semanas que o antecederam (12 de Maio a 1 de Junho) e na própria semana de início do campeonato (2 a 8 de Junho).

Neste sentido, a GfK espera em 2010 um cenário semelhante, torcendo para que a Selecção Nacional consiga chegar o mais longe possível na prova, para que o efeito positivo das fases finais se faça sentir também no mercado nacional. Um sentimento que é partilhado por Luís Vasco Cunha, administrador da Susiarte-Expert, para quem o cenário ideal seria atingir a fase final da competição.

Não obstante, sendo certo que este tipo de eventos potencia as vendas de televisores, muitas destas decisões de compra seriam, de qualquer forma, tomadas mais tarde, provavelmente no final do ano. “A nossa experiência diz-nos que este tipo de eventos antecipa ou motiva a compra ou troca dos televisores, mas sem nenhuma euforia até porque a situação económica e a confiança dos portugueses está em baixa”, analisa Teresa Coimbra, responsável de Marketing da Hiper Real. “Acaba por ser um pretexto adicional para a tendência que existe desde 2004 para a substituição dos tradicionais CRT”, acrescenta Paulo Garrido, director geral de electrónica de consumo da SOAL, empresa responsável pela comercialização da marca Grundig no mercado nacional. “Este tipo de eventos funciona como um catalisador para antecipar uma decisão que, muito provavelmente, seria tomada mais próximo do final do ano, na época natalícia, mas que, face à necessidade criada pelos meios de comunicação junto do consumidor, antes de um evento deste tipo, a decisão de compra acaba por ser antecipada”

Este tipo de investimentos não só impulsionam as vendas como também a imagem das organizações. A JCA confirma-o e, já em 2008, experimentou o retorno do seu investimento numa forte campanha em torno do europeu, que resultou num aumento considerável das vendas, pelo que é uma aposta a repetir.

Resultados de 2009 deixam bons indícios para 2010

Nesta medida, nos meses que antecedem a competição, existe uma pressão para a aquisição de artigos de televisão junto do consumidor, pressão essa que também acaba por ter um impacto em algumas tipologias de negócios ligados às empresas de restauração ou animação, que aproveitam estas alturas para fazer a substituição do seu parque de aparelhos de televisão.

“Os resultados de 2009 mostram claramente que os consumidores ainda têm vontade de comprar televisores de ecrã plano mas, ao mesmo tempo, estão dispostos a mudar o seu comportamento de compra para adequar o seu orçamento, num ano de recessão”, nota Paul Gagnon, analista da DisplaySearch. “Assistimos a muitos compromissos no tamanho e características dos modelos adquiridos, com muitos dos consumidores a optarem, talvez, por actualizar os equipamentos secundários, mais pequenos, e a adiar a compra de um ecrã de maiores dimensões para a sala, o que seria normal em diferentes condições económicas”.

Para este ano, a DisplaySearch antecipa um crescimento explosivo da tecnologia LED, cujo preço é também menos proibitivo. Esta e outras tecnologias, como os 240 hertzs nos LCD’s, lavrarão um terreno propício aos novos desenvolvimentos na área da televisão em 2010, especialmente para o 3D, um campo de intenso interesse para os emissores de televisão, estúdios cinematográficos e fabricantes de televisores.

Deste modo, tendo em conta os fortes resultados de 2009 e a influência positiva de todas estas novas tecnologias, a DisplaySearch reviu em alta as suas previsões de crescimento para o mercado mundial de televisores, projectando que se vendam 228 milhões de unidades em 2010, mais 24 por cento que em 2009. Uma nota claramente mais positiva, os preços médios de venda não deverão cair mais do que cinco por cento no caso dos LCD’s e dez por cento nos plasmas.

Perante este cenário,o Mundial pode ser uma excelente oportunidade de negócio para o mercado.

Conheça as previsões e as estratégias das lojas e marcas para potenciar esta época na edição impressa da Rm-Revismarket.


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L.Branca/PAE

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