Os indicadores, apesar de ligeiramente mais positivos, não são suficientes para elevar os níveis de expectativa dos consumidores já que Janeiro começou com os portugueses a mostrarem-se de novo mais pessimistas.
Segundo os resultados do primeiro Barómetro Político da Marktest de 2010, o índice de expectativa voltou a baixar, revelando um acentuar do pessimismo face à evolução da situação económica pessoal e do país. Apesar de bastante superior comparativamente ao período homólogo, quando não foi além de 27,43 por cento, o índice de expectativa apresentou em Janeiro um valor de apenas 41,85 por cento, o mais baixo desde Julho de 2009. Este sentimento negativo tem vindo a acentuar-se desde Setembro, sendo mais notório na população feminina, nos indivíduos com mais de 55 anos e nos residentes na região do Interior Norte.
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Um inquérito da Comissão Europeia veio revelar mesmo que a maioria dos portugueses considera que a sua vida piorou nos últimos cinco anos. Relativamente ao grau de satisfação com a vida em geral, medido numa escala de –10 a +10, Portugal regista um valor apenas ligeiramente positivo, de 0,5 pontos, o sexto mais baixo da União Europeia, cuja média está situada nos 3,2 pontos. Paralelamente, sobre as suas expectativas para os 12 meses seguintes, os portugueses também registam um resultado neutro.
E o consumidor Electro português?
A Revismarket lançou a questão aos seus leitores profissionais e os resultados que apurou indicam um consumidor cauteloso, consciente e que pondera as suas compras e os seus investimentos. “O consumidor irá jogar à defesa, consumindo apenas o necessário ou essencial”, acredita José António Rousseau. (...) No que aos electrodomésticos diz respeito, a parcela do investimento será novamente reduzida, procedendo-se mais à substituição do que ao aumento do número ou variedade dos aparelhos em casa.
No entanto, nem todo o cenário é negro. Na perspectiva de Sérgio do Monte Lee, partner da área de consultoria da Deloitte, hoje, não existe um perfil típico que se possa usar para prever o comportamento do consumidor português. “O consumidor do sector electro, em particular, está hoje cada vez mais global e fragmentado. O ritmo com que os novos produtos e as novas tendências circulam no mundo é dificilmente controlado por produtores, por mais mecanismos de controlo que introduzam. E dou um exemplo. Apesar do Kindle só recentemente ter sido disponibilizado pela Amazon para entrega em Portugal, conheço muita gente que não só já o tem como já vai na segunda versão”. (...)
Conheça as opiniões que os profissionais do sector têm sobre as perspectivas de comportamento do consumidor electro para 2010 no desenvolvimento do artigo na edição impressa da Rm-Revismarket