As marcas próprias chegaram ao seu limite de penetração nas lojas Leclerc, por volta dos 30 por cento, segundo avançou Michel Edouard Leclerc, presidente do grupo francês de distribuição, numa entrevista ao jornal Le Monde.

Comentando o impacto da crise económica no sector do retalho em França, Michel Edouard Leclerc acrescentou que o ano de 2009 vai ficar marcado por uma mudança a favor das cadeias de retalho independentes, como o Leclerc, o Intermarché e a Systeme U, e que o Leclerc vai lançar um site de comércio electrónico. O grupo vai desenvolver este serviço apoiando-se na base de lojas, tendo o teste-piloto realizado em Toulouse resultado num sucesso. O Leclerc vai, assim, estender o serviço a mais 20 lojas no decurso do ano.

Para Michel Edouard Leclerc, este ano, os preços dos produtos irão baixar dois por cento, no que aos Fast Moving Consumer Goods diz respeito. O presidente do grupo retalhista adiantou que, em Novembro passado, os fornecedores propuseram subidas de preços de, em média, seis por cento, apesar da descida dos preços das chamadas “commodities”. Contudo, Michel Edouard Leclerc pensa que estes irão baixar entre dois a três por cento este ano. O mobiliário, os brinquedos e os jogos, por seu turno, não deverão aumentar mais que 1,5 por cento, enquanto que os produtos de media e os têxteis deverão descer, em média, dois por cento.

O presidente do Leclerc acrescentou que as marcas de fabricantes multinacionais deverão baixar os seus preços, na medida em que viram os seus volumes de vendas descer em favor das marcas próprias. Visto que o objectivo dos fabricantes é ver os seus produtos nos carrinhos de compras dos consumidores, este ano deverá regressar-se a um equilíbrio, em termos de vendas, entre as marcas próprias e as marcas dos fabricantes.