O Norte de Portugal ocupa, pela primeira vez, o último lugar na ordenação por PIB per capita das regiões NUT II dos 15 antigos Estados-membros da União Europeia, segundo o gabinete de estudos da AEP – Associação Empresarial de Portugal, depois de em Setembro de 2005 as contas regionais evidenciarem o Norte do país como a região com o PIB per capita mais baixo a nível nacional.

Os últimos dados divulgados pelo Eurostat mostram que, a especialização industrial da região Norte não serve de justificação a esta classificação, uma vez que as outras regiões europeias com maior peso do emprego industrial revelam quase todas níveis de PIB superiores à média comunitária. ”A evolução registada pelo Norte decorrerá sobretudo de largos anos em que a competitividade dos sectores abertos à concorrência internacional foi fortemente penalizada por um duplo efeito, modestos ganhos de produtividade e aumentos salariais excessivos”, diz o gabinete de estudos da AEP.

A estes factores junta-se o alargamento dos espaços de concorrência e as novas ondas de liberalização, “que expuseram a indústria a uma concorrência verdadeiramente aberta mas nem sempre leal”. A AEP atesta que esta concorrência fez-se sentir não só em termos comerciais, mas também de atractividade, conduzindo a fenómenos de deslocalização para economias emergentes.