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Solução de etiquetagem em Braille apresentada hoje pela Fujitsu
2008-12-03

Na data em que se comemora o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a Fujitsu Services apresentou hoje, dia 3 de Dezembro, uma nova solução de etiquetagem em Braille, que irá ser aplicada nas grandes superfícies comerciais, com o objectivo de promover a acessibilidade à informação sobre determinados bens de venda ao público para cegos e amblíopes.

A nova aplicação, desenvolvida pela Fujitsu em parceria com a Unidade de Equipamentos Tiflotécnicos (UET), o braço tecnológico da ACAPO, tem como objectivo a impressão de etiquetas em Braille, que serão coladas nos produtos, para que estes possam ser identificados pelos deficientes visuais. Estas etiquetas contêm a descrição do produto, as características principais e o prazo de validade. A solução da Fujitsu permite ainda a impressão de etiquetas numa impressora normal a negro, para que o utilizador que não sabe ler Braille, nomeadamente o elemento do staff da loja que vai proceder à fixação das etiquetas, possa identificar o conteúdo das respectivas etiquetas em Braille.

Esta nova solução vem dar resposta à Lei n.º 33/2008, de 22 de Julho, que estabelece medidas de promoção da acessibilidade à informação para determinados bens de venda ao público para pessoas com deficiências e incapacidades visuais. Esta lei vem motivar as superfícies comerciais a implementar até Janeiro de 2009 equipamento que forneça às pessoas com deficiências visuais informação necessária em Braille sobre o produto adquirido.

Segundo João Carvalho, responsável pela unidade de negócio de Retalho da Fujitsu Services em Portugal, "a integração de novas tecnologias nas grandes superfícies comerciais, onde a Fujitsu lidera nos sistemas de loja e inova frequentemente, como aconteceu com os sistemas self-checkout, motivam agora o desenvolvimento de soluções que melhorem a experiência de compra de pessoas com necessidades especiais. Com esta nova aplicação de etiquetagem em Braille da Fujitsu, certamente que o sector do retalho irá apostar uma vez mais na modernização do seu espaço e ir ao encontro das necessidades das pessoas com incapacidades visuais, uma aposta que representa também uma face visível da responsabilidade social no retalho. Hoje, nas principais preocupações dos mais altos decisores na distribuição estão temas como a responsabilidade social e o ambiente. Nos últimos dez anos, a convergência daquele que era visto como o mais importante dos atributos de uma empresa de retalho, o preço, levou a que estas empresas se tornassem indiferenciadas, desse ponto de vista, pelo que a procura da diferenciação se faz agora noutros atributos, como a responsabilidade social dessas empresas".

Os cidadãos com deficiência visual enfrentam diariamente inúmeros desafios e barreiras, incluindo todo o processo de compra no retalho. Na opinião de Sofia Antunes, directora da ACAPO, as embalagens podem ser muito semelhantes para quem não tem o sentido da visão e, sem a devida etiquetagem, torna-se muito difícil distinguir entre uma pasta dentífrica e um tubo de cola ou entre uma lata de conservas e cera para o chão. “Soluções como a que a Fujitsu desenvolveu irão certamente facilitar a experiência de compra no retalho para as mais de 160 mil pessoas com deficiência visual que se estima existirem em Portugal".

A solução agora apresentada pela Fujitsu, inteiramente desenvolvida por especialistas portugueses, é, de acordo com João Carvalho, inovadora pela sua simplicidade. Flexível, adapta-se a qualquer realidade operacional, qualquer que seja a organização da loja, pode funcionar com diferentes sistemas de frente loja, Fujitsu ou não, e coloca Portugal à frente dos seus congéneres europeus em matéria de apoio aos deficientes visuais. O Braille Etiq, como é denominado o sistema, já despertou inclusivamente o interesse de outras subsidiárias da Fujitsu para replicação nos seus países, tendo a subsidiária portuguesa recebido contactos de França, Espanha, Inglaterra, Holanda e Itália. O que leva João Carvalho a afirmar que existe uma “muito forte probabilidade de exportar esta solução, feita por engenheiro portugueses, para outros países”.

“É uma solução que é inovadora em Portugal e no mundo, acabando de uma vez por todas com uma necessidade há muito sentida pela população com deficiências visuais e permitindo mudar radicalmente o seu dia a dia, seja no processo de compra, na arrumação do produto em casa e na altura do seu consumo”, acrescenta Rodrigo Santos, gerente da UET. “O que aqui se está a fazer é uma solução que é facilmente integrada na rotina diária das lojas e dos deficientes visuais e rápida porque a maior parte da população cega domina o Braille, não havendo necessidade de recorrer a equipamento tecnológico adicional para aceder à informação necessária”.

O sistema começa no momento da compra, em que o cliente, devidamente acompanhado por um elemento do staff da loja, selecciona os artigos a comprar. No checkout, paga as suas compras e é-lhe entregue um ticket. Esse talão é, posteriormente, registado num sistema paralelo, que dá início ao processo de impressão das etiquetas, primeiro a negro, para que o operador saiba qual a etiqueta em Braille correspondente a determinado produto, e de seguida em Braille. Nas lojas com terminais móveis por rádio-frequência, o processo pode mesmo ser abreviado, visto que o acompanhante pode ir registando os produtos e o seu prazo de validade ao longo do processo de compra. O sistema é a tal ponto flexível que, no caso do cliente desejar a impressão de informação mais específica que aquela que consta na base de dados sobre o produto, é possível acrescentar essa informação de acordo com as suas necessidades.

Já com clientes em Portugal, apesar de João Carvalho preferir não revelar os nomes das empresas que já requisitaram o Braille Etiq da Fujitsu Services, esta solução é rápida e facilmente implementada nas lojas. Em apenas duas a três horas e meia, o processo fica concluído, incluindo a formação do pessoal de loja, que é dada pela Fujitsu. O investimento médio por loja ronda os 3.500 euros, incluindo a formação.

Segundo a Lei n.º 33/2008, as cadeias de supermercados e hipermercados, que tenham mais de cinco lojas, com uma área superior a 300 metros quadrados cada uma, passam, a partir de Janeiro, a ser obrigadas a disponibilizar serviço de acompanhamento personalizado a pessoas com deficiências e incapacidades visuais. A lei obriga, além disso, no acto de compra, por cada produto que for adquirido, à garantia da impressão de uma etiqueta em Braille com informação tida como relevante, como a data de validade, denominação e as características principais. No caso da venda por via electrónica, deve-se incluir no site a opção que garante que os produtos adquiridos por esta via sejam entregues com a referida etiqueta.

Pelo menos um dos estabelecimentos de cada insígnia em cada concelho deve assegurar estes serviços, que não deverão implicar qualquer custo financeiro para os beneficiários. A lista actualizada dos estabelecimentos seleccionados deve ser disponibilizada nas organizações públicas ou privadas de defesa do consumidor e nas associações de pessoas com deficiências e incapacidades visuais. Qualquer alteração à lista deve também ser comunicada à Direcção-Geral do Consumidor com a antecedência mínima de oito dias.

Caso não cumpram a lei, as cadeias serão penalizadas com multa, que pode ir dos cinco aos quinze mil euros. A não comunicação à Direcção-Geral do Consumidor das alterações à lista de estabelecimentos é também punível com uma coima que vai dos mil aos cinco mil euros. Compete à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) fiscalizar a aplicação da lei.

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L.Branca/PAE

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